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{Info on A-Infos}
(pt) Castro, igual a Franco... (ca,en)
From
anarqlat@camelot.rect.ucv.ve
Date
Tue, 22 Jul 2003 10:50:11 +0200 (CEST)
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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
http://www.ainfos.ca/
http://ainfos.ca/index24.html
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Por haver lutado contra a ditadura franquista, consideramos um dever
moral prestar nossa solidariedade a alguns, por lutar pelas mesmas
liberdades que lutávamos então como antifranquistas, e que sofrem
repressão no mundo.
Não deve surpreender, pois, que a prestemos hoje aos dissidentes
cubanos que são de novo vítimas da perseguição repressiva da ditadura
castrista. E não só porque reclamam o mesmo que reclamávamos nós durante
o franquismo, se não também porque Castro superou Franco em brutalidade
repressiva: condenações de até 25 anos pelo único "delito" de dissentir;
e penas de morte por tentar fugir de Cuba de barco. E, ademais, em ser
mais expeditivo: cinco dias para deter, julgar e executar três jovens
negros que queriam exilar-se, e que não haviam ferido nem matado ninguém.
Para executar os antifranquistas Francisco Granado e Joaquín Delgado,
Franco "demorou" 17 dias. Nos dois casos: "justiças" arbitrárias,
expeditivas, com juízos rápidos, sem nenhuma garantia jurídica, a portas
fechadas, sem presença de observadores internacionais, e execuções para
escarmentar, para aterrorizar...
Contudo, as similaridades não param aí... Como Franco, e com o mesmo
maniqueísmo, Castro também considera que "quem não está com ele, está
contra ele". A mesma convicção de ser os guias elegidos: de Deus, para
Franco, e da História, para Castro. Por isso o franquismo e o castrismo
são ditaduras sufocantes, sem imprensa, opinião, dissidência ou
associação livre, com partido único, sindicato único e, sobretudo, um
Chefe Supremo, uma só voz, um só pensamento. Ademais, claro está, a
longevidade no poder absoluto: trinta e seis anos para Franco, e já
quarenta e quatro para Castro. Quarenta e quatro anos para criar um
paraíso enjaulado e mísero para a maioria dos cubanos! Um "paraíso" no
qual deve-se fechar com cadeado as portas para que nenhum trabalhador
cubano possa escapar dele. Daí que Fidel necessite a opacidade e a
impunidade para preservar a vigência do mito revolucionário.
Todavia, os fatos não mentem, e a quase meio século do triunfo da
rebelião contra a ditadura de Batista, a intolerância, o autoritarismo em
nome da segurança do Estado, a prepotência e ineficácia de sua burocracia
converteram a Revolução em mordaça para os cubanos e em um fiasco
econômico que acentuou a dependência exterior de Cuba. Com Batista a
dependência era dos EUA, e com Castro foi, primeiro, da União Soviética e
depois, como sempre, do turismo (e da prostituição).
Obviamente, o castrismo atribui estes males ao embargo
norte-americano,
obstinando-se em não reconhecer seus próprios fracassos na gestão da
economia, e no que é pior ainda: a participação ativa dos trabalhadores
cubanos nas tarefas produtivas. E por que o fariam depois de haver visto
tantas promessas descumpridas de igualdade e de liberdade? Como
desaprovar este desinteresse, esta desmobilização, se estão fartos de
ver-se sempre sacrificados "ante o interesse supremo da Revolução": a
continuidade do poder castrista!
São por todas estas razões que decidimos tornar pública nossa
indignação ante o último e brutal golpe repressivo do castrismo. De um
regime que ainda pretende encarnar as aspirações primogênitas de um
movimento revolucionário que concitou tantas esperanças e que a ambição
de poder do Comandante-em-chefe perverteu, gerando uma desilusão muito
similar à provocada pela Revolução russa.
Sem dúvida ainda existem hoje incondicionais ao regime castrista, que
seguem mantendo uma visão epifânica da "Revolução Cubana". São os
empenhados em não reconhecer esta evidência palmaria: a Revolução se
converteu em um sistema totalitário, antidemocrático e de vigilância
coletiva, para que todo o mundo vigie e denuncie seu vizinho ou seu
companheiro de trabalho.
Sim, ainda há quem sobreviva intacto à insidiosa corrosão moral que
esse poder instalou na vida cotidiana dos cubanos, quem se acomoda bem ao
desgosto do controle fascista (versão "progressista") imposto por esse
totalitarismo estalinista (versão caribenha) decidido a conduzir o povo
cubano a um fim trágico.
Por isso, nós, que ainda reclamamos os valores de liberdade e
justiça,
que sempre fomos da esquerda, devemos denunciar esse Regime que os está
pisoteando, ainda que demagogicamente pretenda defendê-los. E mais ainda
nestes momentos, quando Fidel, como Franco afinal, está fazendo padecer
em numerosas famílias cubanas as conseqüências de uma cruel repressão,
justificada com uma mentira infame: a da "conspiração". Porque infame é
acusar de conspirar por reclamar o direito à liberdade ou por tentar sair
da ilha para tratar de viver melhor.
É verdade que, faz algum tempo, a dissidência cubana estava começando
a
perder medo, a dar as caras, o que deve ter preocupado enormemente Fidel
Castro e seus burocratas mafiosos. Daí a proclamação da Lei Mordaza (para
castigar severamente a colaboração com "meios de difusão estrangeiros" ou
a produção ou difusão de materiais "antisocialistas" tendentes a "quebrar
a ordem interna") e a declaração de "eternidade" para a versão castrista
do socialismo. As duas foram pensadas para utilizar-se em momento
oportuno... Um momento que chegou graças a Bush, ou, quiçá, quando Bush
necessitava mais: para justificar sua política de agressão em nome da
defesa da democracia!
É possível que Castro tenho acreditado que esse era o momento de
atuar
implacavelmente contra a dissidência porque a opinião pública mundial
estava ocupada em mobilizar-se contra a guerra no Iraque e em denunciar a
hegemonia planetária norte-americana. Sim, é possível que tenha
acreditado que o antiimperialismo sufocaria os ecos de sua nova oleada
repressiva e que esta não daria argumentos a Bush em sua cruzada "para
implantar a democracia", a Democracia yanque! E, de alguma maneira, não
se equivocou; pois não só Bush não insistiu muito em denunciar a
repressão da dissidência cubana, se não que tão pouco a opinião pública
internacional o fez demasiadamente. Sim, é verdade, que ao princípio
foram numerosos os intelectuais destacados que a condenaram, e entre eles
alguns que o faziam pela primeira vez; mas as vozes de protesto não se
converteram em
movimentos massivos, em uma mobilização e denúncia permanentes -como
quando se denunciava a falta de liberdades para os negros da África do
Sul.
As razões desta "indiferença" são múltiplas e diversas. Não é só:
"como
estar contra a Revolução Cubana?" Também é o pouco interesse dos partidos
políticos e dos Governos em provocar tais mobilizações. Não só por não
lhes ser rentável eleitoralmente o tema cubano, se não também porque
comercialmente há muitos interesses... Além disso, em alguns setores
antitotalitários, também influi o temor de serem assimilados a esse
componente ultradireitista (minoritário, porém muito poderoso em Miami)
do anticastrismo que reclama a intervenção yanque em Cuba.
Pois bem, ainda que estas razões expliquem a resignação geral frente
aos excessos repressivos da ditadura castrista, nós consideramos que é
nosso dever falar de uma repressão que condenamos e condenaremos sempre.
E o fazemos e o faremos porque, para nós também, o "dissentir é um ato
irrenunciável de consciência" e a pena de morte um ato paradigmático do
terrorismo de Estado, ainda que este se pretenda revolucionário.
Como poderíamos esquecer que, em 2003, fará quarenta anos que oura
ditadura, a franquista, assassinou com parecidos pretextos o comunista
Julián Grimau e os jovens anarquistas Francisco Granado e Joaquín
Delgado?
Madrid, junho de 2003.
Octavio Alberola: 1967 e 1974, 1 ano e três meses de prisão;
Juan Busquets:condenado à morte em 1949, 20 anos de prisão.
Stuart Christie: 1964, 3 anos de prisão.
Luis Andrés Edo: 1966, 8 anos de prisão.
José Gracia Chile: 1939, 2 anos de prisão.
Antonia Lisbona: 1939, 6 anos de prisão.
Eloy Martín Nieto: 1972, 3 anos de prisão.
Alicia Mur Sin: 1966, 3 anos de prisão.
Alain Pecunia: 1962, 3 anos de prisão.
José L. Pons Llobet: 1974, 3 anos de prisão.
Jaime Pozas de V.: 1968, 5 anos de prisão.
Floreal Rodriguez: 1968, 8 anos de prisão.
Gregorio Rojas: 1963, 1 ano e seis meses de prisão.
Francisca Román: 1962, 6 anos de prisão.
Andrés Ruiz Grimas: 1972, 3 anos de prisão.
Juan Salcedo: 1963, 15 anos de prisão.
Emilio Santiago: condenado à morte em 1947, 15 anos de prisão.
David Urbano: 1967, 7 anos de prisão.
Movimento Libertário Cubano
Tradução ao português (dúvidas ou sugestões): karina@anarcopunk.org
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