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(pt) Italy, UCADI #186 - A HEGEMONIA ESTÁ ATUALIZANDO, ESPERE ATÉ O FIM (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Wed, 31 Jul 2024 06:20:09 +0300


Se a participação eleitoral não caiu na Toscana como no resto do país, isso se deve certamente às numerosas eleições locais que, por muitas razões, e não necessariamente todas nobres, "forçaram" muitos cidadãos a irem às urnas. ---- Já as eleições locais. O que eles nos dizem? Em primeiro lugar, o PD recupera uma parcela significativa dos votos. ---- O que certamente se deve à nova secretaria. Curioso, porque na região florentina grande parte do Partido era pró-Bonaccini.[1]
A nova liderança do Piddina marcou certamente um ponto de viragem, especialmente linguístico, na gestão do partido. Também não deve ser subestimado o facto de o PD na oposição parecer estar a transformar-se como o Dr. Jekill/Sr. Hyde (ou Milton Friedmann/Karl Marx) para quem tende a trazer de volta os votos daqueles que, decepcionados com aquele partido, ficam mais uma vez fascinados pelas palavras (que parecem mais flexionadas como na canção homônima de Mina do que com qualquer apoio à realidade material).
As eleições administrativas na Toscana evidenciaram algumas mudanças, mas nada de sensacional. A votação em Florença era amplamente esperada, a de Empoli, onde competirão o PD e uma lista de esquerda, é inédita, embora com uma diferença muito grande a favor do candidato de Piddino.
Também nesta volta houve um hiato entre a votação nas eleições europeias e a das eleições locais, onde os cidadãos votam agora no nome do presidente da Câmara, independentemente da sua fé política (assumindo que ela sempre existe).
Afinal, este é um dos efeitos da lei de trinta anos sobre a eleição direta do Presidente da Câmara e o encerramento de qualquer espaço de debate democrático. As câmaras municipais foram agora esvaziadas de público (o que fazem numa assembleia blindada? Principalmente nos municípios com menos de 15.000 habitantes, onde o bónus maioritário dá 2/3 dos assentos aos que
ganha um voto a mais que os demais) e competências (que hoje são residuais, ou passam pela cabeça dos vereadores que muitas vezes nem têm tempo de ler a documentação). Acentuaram-se de forma proeminente a figura podestarial do Presidente da Câmara e a funcionalização das instituições, onde a verdadeira política é agora feita por funcionários e gestores. Estamos perante uma verdadeira deriva pós-democrática.
No que diz respeito ao consenso, falo sobretudo do PD (mas poderíamos falar de todo o resto) o que era a hegemonia entendida no sentido Gramsciano tornou-se sobretudo uma garantia para as classes dominantes e a capacidade de proporcionar empregos com as estruturas interligadas ( cooperativas, associações, etc.) que melhor explicam o hiato acima mencionado.
Uma grande mancha que já não é política, mas proporciona benefícios, empregos e integração socioeconómica.
Neste cenário é difícil entusiasmar-se politicamente com a vitória deste ou daquele outro, se não fosse pelas filiações residuais agora esvaziadas de qualquer concretude.
Por exemplo, o clamor contra o projecto de autonomia diferenciada parece correcto, mas não pode fazer-nos esquecer que um dos criadores e apoiantes desta infeliz reforma foi Bonaccini e que sem a horrenda modificação do Título V da Constituição, inteiramente culpada no centro-esquerda, este caminho não poderia ter sido seguido.
Ou é certamente agradável ver Schlein assinar os referendos para a restauração das protecções no local de trabalho mas como não salientar que essas protecções foram removidas pelo PD Renzian que a menos que entretanto toda a comunidade Piddina tivesse sido raptada e substituído por estrangeiros, é sempre composto pelas mesmas pessoas. É claro que a coerência nem sempre é uma qualidade honrosa na política, mas aqui parece-me que está a ser exagerada.
Certamente não há intenção aqui de repetir mais uma reclamação de benfeitor. Estamos perante uma direita no poder que mantém intactos todos os seus impulsos liberais/autoritários. Mas não é benevolente salientar que o caminho foi aberto por décadas de achatamento, à "esquerda", segundo as piores receitas neoliberais. Onde até mesmo um fragmento de crítica ao existente desapareceu. O que só acontece mal quando você se encontra em oposição.
O abstencionismo, como escrevi acima, temperado por eleições administrativas, foi muito elevado desta vez. Uma tendência que não dá sinais de parar. Um sinal claro de que a maioria dos titulares considera agora inútil e ultrapassado inserir o boletim de voto na urna. Em algum lugar, pensa-se, deveria haver altos gritos de alarme e de preocupar.
Continuam a circular nas redes sociais mensagens onde se especifica que o voto da direita não só não aumenta em números absolutos como diminui e, tendo o abstencionismo ultrapassado os 50%, o consenso real da direita seria, portanto, muito inferior ao que é representado.
Análise justa, se não faltasse o outro lado da moeda. Ou seja, quem não foi votar, é verdade que não deu preferências à direita, nem a qualquer outro partido que dissesse oposição à direita. O abstencionismo eleitoral na realidade não é um problema para as classes dominantes, de "governo" ou de "oposição" pouco importa (os dominantes estão lá, com voto ou sem voto, excepto nas revoluções) que de facto não o fazem. palavra sobre isso.
Simplesmente porque a redução da participação eleitoral é o último dos vários passos que nos afastam da participação na vida política em geral. Menos eleitores, menos colapsos zebedeus. Evidentemente, até a última tela daquela pós-democracia que Colin Crouch escreveu há cerca de dez anos caiu.
A democracia participativa, da qual restou pouco mais do que as urnas, é algo do século XX.
A desconexão entre os representantes e os representados é total. Neste contexto a direita não voa, porque é verdade que representa uma parte mínima dos italianos, mas impõe-se, conquista a hegemonia (isto é política) do discurso, que muda um pouco como quer. Meloni faz o seu trabalho de casa, tal como a UE lhe pede, na sua perspectiva neoliberal mais devastadora, da qual Von der Leyen é a ponta de lança. Ataca impiedosamente qualquer possibilidade de sair da jaula da financeirização. Exemplos típicos foram a demolição com violência sem precedentes dos rendimentos dos cidadãos e as fraudes imobiliárias sobre os 110%. Feito o dever de casa, internamente ele se apresenta como um soberanista, brinca com o legado do fascismo, mas na realidade não pode fazer mais do que isso. Se alguma vez existiu um direito social, o de Meloni é a sua verdadeira antítese.
Mas o que resta do outro lado? Gritar contra o fascismo, desmantelar toda a parte (eu diria não propriamente secundária) da reacção de classe (porque "luta de classes" é um palavrão) e reduzi-la a uma pantomima sobre a "liberdade" entendida no mais idiota espírito liberal. Até que ponto esta questão pode interessar aos precários, aos jovens desempregados, permanece um mistério.
Veremos se a PD mudou de rumo, mas o problema não é esta ou aquela personalidade única, o problema é a estrutura que foi criada.
O voto nas urnas pode ser um gesto significativo, mas se continuar a ser o único momento de participação política, atrevo-me a dizer que a maioria que não foi votar avisou-nos que o sistema não funciona assim.

[1]https://www.lanazione.it/empoli/cronaca/primarie-pd-schlein-al-fotofinish-nel-territorio-dem-spaccati-in-due-1e21ae51

Andrea Bellucci

https://www.ucadi.org/2024/06/30/egemonia-in-corso-di-aggiornamento-si-prega-di-attendere-la-fine/
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