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(pt) Brazil, OSL: Solidariedade às seis de La Suiza (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]
Date
Sat, 27 Jul 2024 07:48:58 +0300
Desde o Brasil, manifestamos toda a solidariedade internacionalista às
seis trabalhadoras condenadas à prisão por lutar por condições básicas
em seu local de trabalho, a confeitaria "La Suiza", de Gijón (Espanha).
---- No início de 2017, uma funcionária da confeitaria procurou seu
sindicato, a CNT (Confederación Nacional del Trabajo) de Gijón, devido
às precárias condições de trabalho: jornadas de trabalho com pouco
descanso semanal, salário inferior ao combinado e horas extras não
remuneradas. Além disso, relatava constantes situações de assédio moral
e sexual por parte de seu chefe. Por exemplo: após saber da gravidez da
trabalhadora, o patrão a obrigou a carregar sacos de farinha que
culminaram em risco de aborto involuntário, razão pela qual ela recebeu
licença médica. Quando ambos ficavam sozinhos, o chefe fazia comentários
constrangedores sobre a roupa íntima da trabalhadora, insinuava
propostas inconvenientes, etc.
Após o fim da licença, a trabalhadora não se sentia à vontade de
retornar ao local de trabalho e reivindicava o desligamento da empresa.
Depois de várias tentativas de comunicação (correio, fax, conversas
informais, e-mail), o empregador recusou-se a realizar qualquer tipo de
reunião. A CNT convocou dois atos para denunciar as condições de
trabalho. Depois dos protestos, a empresa convocou uma reunião, a qual
terminou sem acordo. A partir disso, mais manifestações foram convocadas
e iniciou-se uma campanha de repressão. Três companheiras foram presas
ao saírem de casa, vários militantes foram multados em diversos atos e o
próprio sindicato também foi punido. O empregador começou a apresentar
queixas contra o sindicato e seus militantes. No mês de setembro de
2017, após esse conflito a confeitaria fechou as portas e o conflito
entrou numa fase exclusivamente judicial.
Depois de diversos episódios de condenação e instâncias na justiça
burguesa, até hoje, 6 trabalhadoras, sendo cinco mulheres e um homem
(incluindo a trabalhadora em questão), foram escolhidas como exemplo
pelas classes dominantes.
Em junho deste ano, saiu a sentença do supremo tribunal espanhol sobre o
caso. A decisão ratificou que essas seis pessoas, que participaram de
concentrações entre maio e setembro de 2017 em frente à confeitaria La
Suiza, serão condenadas a três anos e meio de prisão e a uma indenização
de 125.428 euros (mais de R$ 700 mil) a serem pagas ao empregador. Uma
condenação que, conforme denunciaram coletivos e sindicatos, "abre um
precedente perigoso para que o sindicalismo seja perseguido em toda a
Espanha". O comunicado do tribunal indica, entre outras coisas, que a
condenação se baseia na convocação através das redes sociais para
aglomerações em frente ao estabelecimento com faixas, na entrega de
panfletos contra o empresário, bem como na divulgação de um vídeo em que
o denunciavam por assédio moral e sexual no local de trabalho.
Essa decisão expõe uma questão estrutural dos Estados Nacionais: a
conivência entre o sistema jurídico e as classes dominantes. O sistema
jurídico trata-se de uma ferramenta de manutenção do sistema de
dominação. O judiciário escancara sua verdadeira face, enviando uma
mensagem clara: ele não está lá para proteger os direitos fundamentais
dos trabalhadores, mas sim para defender os privilégios e interesses dos
empregadores - os exploradores da classe trabalhadora. Tanto lá como cá,
é urgente que desfaçamos qualquer ilusão das classes oprimidas na
justiça burguesa. Elementos da sentença TS 626/2024 deixam evidente: as
punições ocorreram porque o empregador teve que fechar sua empresa
devido à pressão exercida pela CNT, o que os membros do judiciário
consideraram como "coerção".
Essa decisão abre caminho para a criminalização de qualquer protesto
sindical que envolva manifestações ou acusações públicas contra os
abusos dos patrões. É um precedente perigoso não só para a Espanha, mas
para toda classe trabalhadora do mundo.
Nós, da OSL, fazemos coro aos companheiros e companheiras em dizer que
lutar não é um crime; a ação sindical é uma das mais importantes
ferramentas que a classe trabalhadora possui para defender suas
condições de vida e lutar contra a exploração dos patrões. Defender as
seis companheiras de La Suiza de Gijón é defender o direito de protestar
e aqueles que lutam pelos direitos dos trabalhadores.
Mexeu com um, mexeu com todos!
Luta sindical não é crime!
Pela liberdade e retirada de todas as punições do caso de las seis de La
Suiza!
OSL, Organização Socialista Libertária
Julho 8, 2024
https://socialismolibertario.net/2024/07/08/solidariedade-as-seis-de-la-suiza
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