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(pt) A BATALHA N.215: Recordando EMÍDIO SANTANA [Conferência em Portugal, Sintra]

Date Wed, 8 Mar 2006 21:06:16 +0100 (CET)


Conferências no Museu Ferreira de Castro
No dia 28 de Janeiro teve início o habitual Ciclo Anual
de Conferências no Museu Ferreira de Castro, com
a evocação de Emídio Santana, no centenário do seu
nascimento (4 de Julho de 1906) por Luís Garcia e Silva.
Foram abordados os antecedentes familiares, os anos da
infância, particularmente na Escola Oficina nº 1 (decisiva
para a sua formação). Anos em que sofreu as dificuldades
decorrentes da participação de Portugal na I Grande Guerra
(escassez de bens alimentares; bichas e assaltos a lojas).
Em 1919 surgiu A Batalha, que passou a ser o quotidiano
familiar.
Em 1920 ingressou como aprendiz de carpinteiro de moldes
e no Sindicato Único das Classes Metalúrgicas,
matriculando-se no curso nocturno da Escola Industrial
Afonso Domingues.
Em 1921 assistiu pela primeira vez a um comício do 1º de
Maio e às manifestações de apoio a Sacco e Vanzetti. Em
1923 fez a sua primeira greve e em 1924, concluído o 4º
ano do curso industrial ingressou nas Juventudes
Sindicalistas de que foi secretário para a propaganda e
depois secretário-geral, bem como, em 1925,
secretário-geral do seu Sindicato e delegado ao Congresso
Confederal de Santarém. Em 1926 foi reeleito
secretário-geral das Juventudes Sindicalistas e eleito
para o Conselho Confederal da CGT. Em 1927 foi
incorporado no Batalhão de Telegrafistas e, denunciado
pela sua actividade militante, detido na Casa de Reclusão
da Trafaria e Depósito Disciplinar de Elvas, passando à
disponibilidade em Setembro de 1928. Em consequência da
revolta de Fevereiro de 1927 A Batalha foi suspensa, a
CGT ilegalizada e os sindicatos sujeitos a apertada
vigilância. Em 1928 foi eleito redactor-principal de
O Eco Metalúrgico e em 1930 secretário-geral da Câmara
Sindical do Trabalho de Lisboa e integrou a comissão
administrativa da Universidade Popular. Em 1931 foi um
dos fundadores da Aliança Libertária e eleito
redactor-principal de Solidariedade Mineira e Metalúrgica,
órgão da recém criada Federação Mineira e Metalúrgica.
Em 1932 foi preso (alguns dias) por tentar instalar uma
tipografia clandestina e em 1933 foi detido por
participar numa reunião da Aliança Libertária, julgado
e condenado a 1 ano de prisão que cumpriu na fortaleza
de S.João Baptista (Angra do Heroísmo). Em 1933, foi
instaurado o regime corporativo e suprimida a liberdade
sindical. A CGT preparou, com outras organizações
sindicais minoritárias, uma greve geral (18 de Janeiro
de 1934) que fracassou e levou à detenção, julgamento
sumário e deportação para Angra do Heroísmo dos
intervenientes. Emídio Santana regressou dos Açores em
fins de Agosto e integrou o Comité Confederal
reconstituído, reiniciando-se a publicação de A Batalha
clandestina. Em 1936 participou, como delegado fraternal,
no Congresso da CNT (Saragoça). Em 1937 participou em
acções que visavam contrariar o apoio governamental à
insurreição fascista em Espanha, entre as quais duas
tentativas de atentado a Salazar. Fugiu por via marítima
sendo detido em Southampton pela polícia britânica e
entregue à polícia portuguesa em Outubro. Após meses de
interrogatórios e incomunicabilidade é julgado e condenado
a 8 anos de prisão e 12 de deportação no primeiro trimestre
de 1939, que cumpriu na Penitenciária de Coimbra, sendo
libertado em 23 de Maio de 1953. Em 1954 integrou o Ateneu
Cooperativo, a cuja direcção presidiu e que foi encerrado
pela PIDE alguns anos depois. Em 1961 participou na
conspiração da Sé para derrubar Salazar. Em 1964 integrou
a Associação dos Inquilinos Lisbonenses, a cuja direcção
presidiu (1965). Participou em comícios da CDE e CEUD,
abordando temas sindicais (legislativas de 1969).
Em 1974 foi co-fundador do Movimento Libertário Português,
da Cooperativa Editora A Batalha, director do jornal
A Batalha e promotor do comício comemorativo da Revolução
Espanhola de 1936. Em 1975 foi co-fundador da Aliança
Libertária e Anarco-Sindicalista e participou no
20º Congresso da SAC. Em 1978 foi um dos fundadores do
Centro de Estudos Libertários e um dos promotores da
criação do Arquivo Histórico-Social, posteriormente
oado à Biblioteca Nacional. Em 1984 participou no
Encontro Internacional Anarquista (Veneza).
Faleceu em 15 de Outubro de 1988, sendo inumado no
cemitério do Alto de S.João.
Além de numerosíssimos artigos na imprensa sindical,
libertária e outra, redigiu a introdução e nota
biográfica a O Sindicalismo em Portugal de Manuel
Joaquim de Sousa (1972), foi autor da História de um
Atentado. O Atentado a Salazar (1976), de O 18 de
Janeiro de 1934 (1978), Memórias dum Militante
Anarco-Sindicalista (1985) e Onde o Homem acaba e a
Maldição começa (1989).
A palestra foi seguida de discussão com alguns membros
da assistência ? cerca de três dezenas de pessoas. A
sessão foi aberta e encerrada pelo director do Museu
e organizador do Ciclo, Dr.Ricardo Alves.

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