A - I n f o s
a multi-lingual news service by, for, and about anarchists
**
News in all languages
Last 40 posts (Homepage)
Last two
weeks' posts
The last 100 posts, according
to language
Castellano_
Català_
Deutsch_
Nederlands_
English_
Français_
Italiano_
Polski_
Português_
Russkyi_
Suomi_
Svenska_
Türkçe_
The.Supplement
{Info on A-Infos}
(pt) FdCA: Sobre o Chile (it,en)
From
FdCA <internazionale@fdca.it>
Date
Thu, 4 Sep 2003 15:22:11 +0200 (CEST)
______________________________________________________
A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
Notícias sobre e de interesse para anarquistas
http://ainfos.ca/ http://ainfos.ca/index24.html
________________________________________________
Há 29 anos, após o golpe no Chile, os comunistas anarquistas
de Itália escreveram o seguinte, que nós agora reproduzimos
como forma de recordar os milhares de mulheres e de homens
que ao longo de décadas combateram e tentaram resistir à
ditadura chilena, ao preço da sua vida e sua liberdade.
"A 11 de Setembro de 1973 o governo de Allende foi
derrubado e uma ditadura fascista instalada!!!
A esquerda unida no Chile, a Unidad Popular, estava levando a cabo
um projecto reformista, uma primeira experiência no caminho dessa
nação para o socialismo; a importância histórica desta experiência
é imensa pois nos permite fazer uma análise a partir da qual
lições valiosas sobre a estratégia revolucionária podem ser tiradas.
Desde há algum tempo, o Chile tornou-se no epicentro das contradições
do imperialismo na América Latina e, nos anos mais recentes, o confronto
entre duas classes fundamentais, a burguesia e o proletariado, tornou-se
cada vez mais radical.
O projecto da Unidad Popular previa uma mudança nas condições dos
trabalhadores através de uma acção reformista, civilista, democráticadentro dos moldes das instituições burguesas. Para serem ajudados neste
empreendimento procuraram e obtiveram uma aliança com elementos
burgueses progressistas que apoiavam um processo de independência
económica e política para o Chile. Foi com o apoio desses elementos que
a Unidad Popular conseguiu ascender ao poder governativo. A vitória
eleitoral e as primeiras nacionalizações puseram em marcha um movimento
que iria afastar-se do caminho reformista - as ocupações de terras e de
fábricas criaram novas relações de poder numa luta de classes que iria
tornar-se cada vez mais intensa.
O processo já não podia ficar limitado dentro das fronteiras do
reformismo e deveria ter continuado até ao momento em que o
Estado burguês ficasse destruído e o proletariado tivesse tomado
controlo de todos os pontos vitais da economia do país.
A incapacidade do reformismo de gerir e de incentivar tal processo
até ao confronto final traçou a derrota do proletariado chileno.
A burguesia progressista, tendo compreendido que os trabalhadores
eram uma ameaça aos seus interesses de classe, depressa se virou para
aquele instrumento que sempre usa para se defender dos ataques do
proletariado - um golpe de estado por parte dos fascistas ou dos militares.
A mesma burguesia que apoiara no início Allende, estava agora aliada
com a outra metade da sua própria classe e, em unidade com ela, preparou
a sangrenta derrota do proletariado. Ao mesmo tempo que os trabalhadores
continuavam a fazer avançar os seus interesses, ocupando fábricas e
criando órgãos de democracia directa, a burguesia estava trabalhando
para uma paragem de todo o processo. A Unidad Popular foi incapaz de
fazer qualquer coisa - de tal modo continuava tentando conquistar a
burguesia progressista e em respeitar os limites da constitucionalidade,
que não conseguiu perceber o confronto que estava tendo lugar devido
à sua própria natureza. Os interesses das classes tinham emergido sem
qualquer disfarce, de tal modo que qualquer hesitação iria lançar as
classes exploradas na derrota certa, o que de facto acabou por
ocorrer. A tentativa de reconciliação com a burguesia ,em vez de a
atacar e de assumir um confronto armado conduzindo à vitória do
proletariado, foi um erro grave que irá pesar muito em todo o
sub-continente Latino Americano ainda por longo tempo.
O golpe de estado feito pela burguesia nacional com o apoio do
imperialismo americano tomou de surpresa o movimento dos explorados. A
resistência heroica dos companheiros chilenos não foi suficiente para
derrotar a burguesia e os criminosos, que eram os executores da
restauraçãoe deram largas ao seu anti-comunismo, matando e torturando; mostrando
de novo a face real da burguesia. Confirmou também o facto de que não
pode haver compromisso ou conciliação entre a classe dos exploradores e a
dos explorados" (1974)
E foi o Chile de Pinochet, assente num dos golpes contra-revolucionários
mais sangrentos de que há memória, que foi usado pelos EUA como um
laboratório experimental das estratégias capitalistas que conhecemos hojetão bem: controlo social, síndrome securitária, privatização da economia,
desmantelamento das pensões do Estado e recurso ao trabalho temporário.Eis porque a herança da luta de massas, da auto-organização e do
anti-fascismo deve continuar hoje a alimentar a nossa memória histórica
queindispensável para aslutas anti-capitalistas de hoje e de amanhã.
Federazione dei Comunisti Anarchici
http://www.fdca.it
(traduzido para a-infos-pt por M.B.)
*******
****** Serviço de Notícias A-Infos *****
Notícias sobre e de interesse para anarquistas
******
INFO: http://ainfos.ca/org http://ainfos.ca/org/faq.html
AJUDA: a-infos-org@ainfos.ca
ASSINATURA: envie correio para lists@ainfos.ca com a frase no corpo
da mensagem "subscribe (ou unsubscribe) nome da lista seu@enderço".
Indicação completa de listas em:http://www.ainfos.ca/options.html
A-Infos Information Center