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(pt) MOTORISTA QUE DENUNCIOU CORRUPÇÃO GOVERNAMENTAL É DEMITIDO DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

From "cldvulg" <cldvulg@bol.com.br>
Date Tue, 2 Sep 2003 22:12:06 +0200 (CEST)


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Quando, há pouco mais de 10 anos atrás, em 1991,
hordas populares, encabeçados pelos jovens cara-
pintadas, tomavam as ruas das principais cidades do país
cantando "AL CAPONE", de Raul Seixas, e exigindo a queda
do primeiro presidente eleito pela via direta depois de
quase 30 anos de ditadura militar, uma figura se
destacou. Essa figura não estava nas passeatas, nem no
parlamento, não jogou bombas e nem fez acordos
políticos, só mostrou que o rei estava nú.

Não era um político profissional, um intelectual
ou um ativista, ligado a qualquer partido político. Era
um simples trabalhador, funcionário público, que há anos
já trabalhava como motorista do staff governamental.
Eriberto França, motorista de Ana Acioli, secretária do
então presidente Collor de Melo, iniciou o processo que
levou ao primeiro impeachment presidencial da história
do país. Para isso só precisou dizer o que falavam e o
que faziam os arautos do poder. Seu depoimento na CPI,
que se instalou para investigar essas denuncias, foi
decisivo para o resultado desta.

Ele já tinha sido alvo da traição petista por
conta do golpe contra os direitos trabalhistas e
previdenciários, quando da aprovação da PEC40 na Camara
dos Deputados, recentemente. Antes já tinha sido
demitido do cargo de "motorista presidencial" durante o
governo do então vice de Collor, Itamar Franco, quando
FHC era ministro da Fazenda. Na época, pela ação anônima
de amigos, conseguiu uma vaga como "contínuo" no
Ministério dos Transportes, ainda que com uma perda
salarial.

Nessa segunda-feira, 29/08/03, foi publicado no
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, uma lista de centenas de
funcionários federais que estavam sendo sumariamente
demitidos, dentro da política de economia de recursos do
governo Lula/PT. Entre eles constavam cerca de 200,
ligados ao Ministério dos Transportes, sendo o Eriberto
um dos sorteados.

Na terça-feira, 30/08, em entrevista a emissoras
de rádio e televisão em Brasília Eriberto dizia:
"- Eu não consigo acreditar que o Lula fez isso
comigo...eu me sinto... constrangido..."

Dada a grande, e negativa, repercusão da notícia -
primeiro em Brasília e logo depois em todo país - o
governo se apressou a explicar-se e tentar "corrigir" o
que diziam ter sido um lamentável engano. Durante uma
entrevista ao vivo, para um telejornal na quarta-feira,
o Eriberto foi surpreendido por um telefonema de seus ex-
chefes para se "desculpar" e garantir que ele não
ficaria desempregado e que voltaria ao entigo posto.
Isso o fez agradecer publicamente ao governo e a
Lula/PT, a quem jurou fidelidade. Mas naquele momento
haviam coisas que ele ainda não sabia:

O governo petista não recuou em suas medidas
visando enxugar os quadros do funcionalismo, aumentando
os níveis de desemprego, combinado com uma estratégia
privatizante e de precarização das condições de trabalho.
Na verdade houve uma terceirização de certos serviços
nos ministérios e o Eriberto estará sendo absorvido por
uma empresa terceirizada - sendo confirmada sua situação
de demitido do serviço público. Primeira decorrência
para ele desse fato é a perda de quinquênios e outros
direitos que ele tinha como funcionário federal, o que
levará a uma queda salarial. Perda essa que se acentuará
dados os níveis salariais mais baixos da empresa
contratada. Essa tranferência, recebida com alívio pelo
Eriberto, representa uma estadia na geladeira que torna
seu futuro profissional incerto, já que ele poderá vir a
ser demitido no futuro, e desta vez não mais sobre a
responsabilidade direta do governo.

Dessa forma o Eriberto já foi novamente traído
pelos políticos petistas!

Esses fatos só mostram qual a verdadeira face e
política desenvolvida pelo Partido dos Trabalhadores(PT)
que a cada dia mostra mais a quem serve e a quem trai.
Não vê quem não quer!




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