A-Infos (pt) I Simpósio da História do Anarquismo no Brasil

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Por Grupos de Estudos de Anarquismo/NEC-UFF
O I Simpósio de História do Anarquismo no Brasil aconteceu nos dias 20 e
21 de agosto deste ano (2003). Organizado pelo Grupo de Estudos do
Anarquismo (GEA-NEC/GHT/UFF), um grupo de estudos acadêmico que tem a
proposta de se organizar mensalmente para discutir textos sobre a história
de movimentos, de indivíduos ou a teoria anarquista. O grupo funciona como
um espaço de orientação de estudos acadêmicos, promoção de palestras e a
produção de materiais relacionados ao tema do anarquismo, fazendo parte
das atividades acadêmicas do Departamento de História (GHT) da
Universidade Federal Fluminense (UFF). Neste sentido foi organizado o I
Simpósio, que contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas de
diversos lugares do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil nos dois dias de
evento. Na data em que ocorreu o evento a UFF se encontrava em greve, seu
campus ficou bastante vazio, o que dificultou o alcance de mais pessoas
dentro da própria Universidade.
Ao longo dos dois dias foram discutidos diversos temas. Logo pela manhã do
primeiro dia aconteceu uma Mesa, realizada no Auditório Florestan
Fernandes (local central do evento, que fica no prédio do Departamento de
Educação da Universidade), composta pelos Edson Passetti, Margareth Rago e
Daniel Aarão. Mesmo vindos de diferentes localidades e se interessarem por
diferentes atuações e estudos os três professores tocaram na questão da
formação ideológica anarquista, na concepção da individualidade no
anarquismo e a necessidade de o anarquismo estar presente em diversos
setores da sociedade, como família, trabalho, as relações entre mulheres e
homens, nos movimentos sociais e nas discussões do socialismo. Sendo que
os dois últimos pontos desta relação foram mais marcantes nas falas do
professor Daniel Aarão. No debate sobre a questão da atuação nos
movimentos sociais, Margareth Rago apresentou ponderações, mostrando
ceticismo em relação ao modelo da militância e ao tradicionalismo dos
atores destes meios. Margareth Rago também apresentou de maneira incisiva
fatores para a discussão do feminismo dentro do Anarquismo e Edson
Passetti tentou expor possíveis modos de pensar a História e a História do
Anarquismo.
Pela tarde do primeiro dia houve também um ciclo de comunicações
coordenadas, dividido em três temas: Educação e Artes; Sindicalismo; e
Teoria Clássica. Cada tema foi discutido em espaços diferentes de UFF,
onde diversas pessoas que haviam se inscrito para apresentação de
trabalhos puderam expor suas produções ou idéias. Infelizmente o tempo de
cada apresentação foi curto, pois durante a organização geral do evento
não houve limite para o número de integrantes das comunicações
coordenadas. A comunicação coordenada sobre o tema Educação e Arte contou
com um público maior do que as outras comunicações, dando a sensação de
que os anarquistas e interessados tem dado bastante importância para a
relação entre ideologia e pedagogia e a formação criativa dos indivíduos,
com base no teatro, na música e demais expressões artísticas. Na
comunicação sobre Teoria Clássica foram expostos trabalhos sobre
psicologia, feminismo, história de movimentos sociais, o anticlericalismo
e crítica teórica. Na comunicação sobre Sindicalismo falou-se na história
de alguns coletivos anarquistas que atuaram pela luta dos trabalhadores no
Brasil, com influências e contatos com grupos de outros lugares do mundo.
Leia os resumos dos trabalhos apresentados nas comunicações coordenadas
PENSAMENTO ANARQUISTA CLÁSSICO E A CULTURA MILITANTE | A CARTOGRAFIA DO
ANARQUISMO NO BRASIL: EDUCAÇÃO, ARTES E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA |
SINDICALISMO E ANARQUISMO
Na manhã do segundo dia foi a mesa foi composta por Carlos Addor, José
Benjamim, Christina Lopreato, José Carlos Morel e Sílvio Gallo. Sílvio
Gallo teria participado da mesa do dia anterior, mas por causa do
imprevisto na liberação da passagem para a sua vinda, não conseguiu chegar
a tempo, sendo integrado a mesa do dia 21. Os palestrantes deste dia
abordaram questões relacionadas especificamente a história do anarquismo
no Brasil, falaram sobre as divergências dentro do campo do socialismo,
basearam-se em autores clássicos e escritores próximos ao anarquismo e
elucidaram questões sobre pedagogia. Christina Lopreato e Carlos Addor
utilizando seus temas de pesquisa discutiram as polêmicas internas da
historiografia sobre o anarquismo no Brasil, tanto no momento de maior
expressão - as três primeiras décadas do século XX - como na história mais
recente. José Carlos Morel discorreu sobre vários pontos do pensamento de
Joseph Proudhon, algumas de suas polêmicas com Marx e comparações com o
momento nosso momento atual. José Benjamim falou sobre o autor carioca
Lima Barreto, revisando a biografia deste escritor, impregnada por
interpretações torpes. Através da análise ampla da literatura de Lima
Barreto Benjamim mostrou a visão de Lima Barreto sobre a sociedade
brasileira da época, com a ausência de patriotismo e a simpatia que tinha
pelos anarquistas e pelo Anarquismo. Silvio Gallo mostrou noções sobre
educação e anarquismo, bastante satisfatórias a um público formado por
interessados no assunto.
Para tarde do segundo dia esta programada a Plenária Final, que discutiria
a construção de uma coleção de escritos sobre a História do Anarquismo no
Brasil. Mas ao longo do evento reparou-se que esta discussão ainda tem de
ser amadurecida e melhor programada. Com base também em algumas polêmicas
sobre as variantes da concepção do anarquismo, decidiu-se por formar
apenas uma Comissão Editorial, que estaria aberta mesmo ao findar do
evento, para que se pudesse pensar no formato e no caráter do material a
ser produzido. Ficou combinado que esta Comissão Editorial faria suas
discussões nas reuniões do Grupo de Estudos do Anarquismo - NEC.
Agradecimentos à Juliana Lima, Davi Carioni, Sérgio, Gabriel, Suzana,
Jobson e Guido que nos deram uma força na divulgação, na gravação das
palestras e na organização antes e durante o evento, que foram
importantíssimos para a ótima repercussão que obtivemos. Agradecimentos a
todos que estiveram na ocasião, pois nos deram ânimo para continuarmos com
nossas atividades e travar contínuos contatos e discussões sobre o
Anarquismo.
Lembrete:
Nossas reuniões do GEA (que aconteciam toda 2a Quinta-feira do mês) são
realizadas toda 2a Quarta-feira do mês no horário de 15:00 hs e seguem uma
programação definida a cada reunião.Local: Sala 216, Bloco N, ICHF, Campus do Gragoatá, UFF.
# Tel. do NEC - 2629-2949 / 2629-2948 / 2629-2950
# Tel. (Rafael) - 9783-1219
# Emails - rafaelous@historia.zzn.com / gea_nec2@historia.zzn.com
Próxima reunião:
Dia 12 de novembro (2003). O funcionamento desta reunião está baseado na
discussão dos textos de José Oiticica, parte do livro Ação Direta, que
tratam da crítica à formação do partido Comunista no Brasil, contra
Astrogildo Pereira e Otávio Brandão.É possível tomar contato com os textos das reuniões do GEA acessando a
pasta 666, que fica na loja de xerox do Bloco O, ICHF, Campus do Gragoatá,
Universidade Federal Fluminense - UFF.
AVISO:

A página do GEA/NEC está em processo de reformulação e só voltar a se
atualizar a partir do mês de dezembro, por isso pedimos uma ajuda a
colegas do CMI para que dispuséssemos este material na Internet. Mas a
partir do mês de dezembro reconfiguraremos os conteúdos e colocaremos
coisas novas. Tentaremos contatar com o máximo de pessoas para que haja
cooperação e apoio nesta nossa investida, que, com o mesmo intuito do
evento, pretende divulgar e debater o Anarquismo de forma ampla,
alcançando estudantes, professores, trabalhadores e ativistas.
GEA-NEC




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