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(pt) Parte II: Entrevista: Federação de Comunistas Anarquistas (FdCA)...

From "Moésio Rebouças" <m_reboucas@yahoo.com>
Date Wed, 5 Nov 2003 12:00:34 +0100 (CET)


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ANA > A USI juntamente com outros sindicatos de base estão convocando
uma greve geral para o próximo dia 7 de novembro contra os ataques do
governo berlusconi aos direitos adquiridos dos trabalhadores, a
aposentadoria e contra a guerra em curso no Iraque. Vocês também estarão
se mobilizando neste dia?

Pier > A FdCA apoia as duas greves, ficando claro que como federação
política se põe além das siglas sindicais. De qualquer maneira a greve do
dia 7 de novembro não é só da USI, mas sobre tudo da maior Confederação
Unitária de Base (CUB). Acerca da oportunidade duma greve de alguns
sindicatos num dia diferente, não faltaram críticas da nossa Federação.

ANA > É verdade que o governo quer criar uma nova lei que impeça que
sindicatos como a USI e de base convoquem greves gerais?

Pier > Acerca deste assunto existe uma proposta da ARAN (a Agência
governamental pela negociação no setor do Emprego Público) para limitar o
exercício do direito de greve estabelecendo procedimentos de pré-aviso
muito complexos. Isto afetaria todos os sindicatos, mas sobretudo –
naturalmente – os como a USI que, conforme a lei atual, não fazem parte
da categoria dos “sindicatos representativos”.

ANA > Regularmente recebo notícias do seu país relatando casos de
violência policial contra anarquistas, com invasões de residencias,
prisões e tudo mais. Essa violência me parece que atinge mais os
anarquistas "insurrecionalistas", não?

Pier > Já quando tínhamos o governo de centro/esquerda a violência dos
polícias começou a atingir os militantes esquerdistas como tais (por
exemplo, quando chegou a Roma o Heider, ou em Nápoles pouco antes do G8
em Genova), e nas fileiras da polícia italiana há muitos nazi/fascistas
protegidos, nas suas ações contra a lei, pelos superiores hierárquicos.
Hoje – como sempre – os anarquistas representam um alvo cômodo para a
repressão, e sobretudo os chamados “insurrecionalistas”.

ANA > Fale um pouco do atual panorama anarquista italiano. Aí, como
em outros países, existe muita divisão entre os grupos e organizações
anarquistas, não?

Pier > Infelizmente sim. O atual panorama compreende grupos não
federados, e grupos federados. Os grupos federados são: a Federação
Anarquista Italiana (FAI): temos falado dela respondendo à primeira
pergunta; a FdCA; na ilha de Sicília há a Federação Anarquista Siciliana
(FAS), que como orientação está muito perto da FAI; uma pequena federação
que trabalha na região da Lombardia: a União Anarquista Italiana; desta
não sei muito.

A divisão existe, e tem raízes históricas: não parece ser possível a
médio prazo chegar a uma ultrapassagem dela. Mas o problema verdadeiro
não é este. O problema é atuar para que os anarquistas possam ter raízes
profundas no mundo do trabalho e na sociedade. Se a divisão fosse entre
grupos que atuem todos neste sentido a situação estava muito melhor.

ANA > O que vocês conhecem do atual "movimento" anarquista brasileiro?

Pier > A Federação Anarquista Gaúcha, a Federação Anarquista Cabocla e a
Federação Anarquista Insurreição. De outras organizações só os nomes e
muito pouco. Mas sabemos que o panorama anarquista brasileiro está mais
articulado, e gostaríamos de saber mais.

ANA > Para terminar, no meio deste caos generalizado, vocês acreditam
que o anarquismo continua carregado de sentido?

Pier > A resposta é positiva num sentido geral, porque a nosso juízo as
razões do anarquismo mantêm uma validade substancial. Hoje mais do que
ontem. De cada maneira o movimento anarquista europeu na sua história
recente foi afetado e estragado pelas vitórias do bolchevismo e do
fascismo, gerações de militantes encontraram morte, prisão, exílio, e os
que sobreviveram ficaram num mundo dividido pela guerra fria, vivendo uma
situação de hegemonia dos marxistas-leninistas dentro do proletariado que
não deixava espaço nenhum. A derrota do marxismo no leste da Europa
aconteceu quando o proletariado já tinha perdido esperanças, força e
desejo de mudar radicalmente o mundo, e derrotar o capitalismo. Agora o
nosso trabalho político desenrola-se entre os escombros da sociedade
moderna e da nossa história: não se trata dos escombros da sociedade
burguesa dos quais falava Durruti, mas seguimos levando nos nossos
corações um mundo novo, tendo bem claro que não temos mais movimentos
anarquistas ou sindicatos anarquistas de massa, e o nosso trabalho de
hoje parte desde um “grau zero” até... não sabemos. Só sabemos que este
mundo é injusto e outra realidade social e pessoal é possível. A luta
continua!


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limpo e lavo o túmulo,

mas no fundo de minha alma,

meus íntimos vivem...

H.Masuda Goga






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