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{Info on A-Infos}
(pt) [Brasil] Ação direta no 1º de Maio: relato e fotos
From
zumbi@riseup.net
Date
Tue, 6 May 2003 07:21:44 +0200 (CEST)
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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
http://www.ainfos.ca/
http://ainfos.ca/index24.html
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Retirados do CMI (www.midiaindependente.org)
Fotos da okupa simbólica da fábrica Rheem -1 de maio- RJ
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/05/253998.shtml
Relato do protesto contra o desemprego no 1º de maio do RJ
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/05/253980.shtml
Ocupação simbólica da fábrica Rheem, no Rio de Janeiro. 1º de maio é
luta, auto-organização e ação direta, não é festa.
Nesse dia dos trabalhadores foi realizado no Rio de Janeiro um protesto
de denúncia contra o desemprego. Puxado pela Frente de Luta Popular, a
proposta era de retomar o caráter de luta e ação direta aqui no estado, a
exemplo do que já vem ocorrendo a alguns anos em diversos lugares. Não
vamos nem perder tempo aqui comentando as festas das burocracias
sindicais, onde já estão se tornando tradicionais os grandes shows e os
sorteios de carros e apartamentos.
A idéia original era ocuparmos uma fábrica abandonada, a exemplo dos
companheiros na Argentina e transformá-la num centro de mobilização e
talvez até de produção coletiva. Porém, não conseguimos construir tal
ação, e optamos por realizar um ato simbólico. Dessa forma, na manhã do
dia 1º de maio, divers@s compas se dirigiram para à fábrica Rheem,
próxima à comunidade da Barreira do Vasco e ao lado da União Fabril
Exportadora na Av. Brasil, que já está há alguns anos abandonada. Havia
em torno de 50 pessoas, entre estudantes universitários e secundaristas,
desempregados, trabalhadores, grafiteiros e moradores de diferentes
comunidades do RJ.
Chegamos no local por volta das 10h da manhã, arrobamos o portão
principal e fizemos uma ocupação simbólica do local, nos estabelecendo
na entrada da fábrica. Pôde-se ver o estado de abandono, com alguns
equipamentos ainda bem conservados, mas sem nenhum uso, enquanto os
índices de desemprego não param de crescer. @s companheir@s do grafite
fizeram o seu trabalho, com diversos desenhos, enquanto outr@s compas se
dividiam fazendo agitação num pequeno aparelho de som e panfletagem para
a população local, preparando o almoço coletivo e escrevendo palavras de
ordem na frente da fábrica. No final do dia, a fachada da fábrica estava
transformada, com os grafites e frases do tipo: "Fome Zero: ocupar
terras e fábricas", "Isenção de taxas e impostos para desempregados",
"Os patrões precisam de nós, nós não precisamos de patrões". No
amplificador, o microfone esteve aberto, chamando atenção para a data,
falando dos nossos objetivos ali e
denunciando esse sistema de morte e exploração. Moradores do local
fizeram uso da palavra, falando da sua própria situação de desemprego.
Também foi feita denúncia do caso de violência policial, com o
assassinato de 4 jovens da comunidade do Borel.
No meio da jornada, paramos para fazer um almoço coletivo, dentro da
fábrica. Predominou o clima de discussão e convivência coletiva. A todo
momento, surgiam comentários sobre o tamanho da fábrica, o absurdo de
permanecer fechada, enquanto poderia ser usada para trabalho ou mesmo
moradia. O sentimento geral foi a necessidade de nos auto-organizarmos,
independente das burocracias sindicais ou partidárias, e começarmos a nos
apropriar coletivamente desses locais.
Durante todo o dia, não houve incômodo da polícia, apenas o vigia da
fábrica ficou indignado, dizendo que o estávamos "desrespeitando" e
"atrapalhando o trabalho" dele. É lamentável a posição de pessoas que
acham que estão muito bem num emprego como esse e assumem a ideologia do
patrão, ou seja, daqueles que o oprimem. Não percebem que o mundo é maior
que elas e que, ele ter o próprio emprego (ilusoriamente) "garantido"
não pode significar que os que não têm emprego são vagabundos e não se
esforçam. Alguns jornais também compareceram ao local, mas não sei se e
como saiu alguma coisa na "grande imprensa".
À tarde, por volta das 15h30, nos retiramos do local. Foi uma experiência
muito positiva, mas ficou faltando aquele algo a mais. Como já disse,
foi geral o sentimento da necessidade de nos organizarmos por emprego
genuíno, sob controle dos próprios trabalhadores, a exemplo d@s compas
na Argentina. Não é à toa que ficou registrado no portão da fábrica:
Terra, trabalho e dignidade.
Ousar Lutar, Ousar Vencer.
1º de Maio de 2003 (e sempre)
VOLTAREMOS.
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