A-Infos (pt) Solidariedade urgente com sem-teto em Nova Iguaçu (RJ)

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As ameaças e a violência contra os sem teto de Nova Iguaçu continua e se
agrava

As primeiras informações sobre essa ocupação foram passadas em mensagem
anterior intitulada “Sem-teto ocupam área e são ameaçados em Nova
Iguaçu”, que também pode ser consultada no endereço
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2003/06/256600.shtml.

Na quinta-feira, 19/06, foi realizada uma assembléia que voltou a reunir
um grande número de ocupantes, depois de mais de uma semana de
desmobilização devido às ameaças do sargento Almeida e seus comandados.
A assembléia contou com a participação e colaboração da Frente de Luta
Popular, Centro de Cultura Proletária e Movimento das Comissões de Luta,
e ainda com a presença de membros do gabinete da deputada estadual
Heloneida Studart, representando a Comissão de Direitos Humanos da Alerj.


A assembléia deliberou pela retomada da construção dos barracos, que
haviam sido destruídos pela PM; o que foi feito a partir de domingo
22/06. Ontem (23/06) já haviam mais de 30 barracos erguidos, mesmo sob
ameaça dos “seguranças” do sargento. À noite os seguranças e mais alguns
PMs puseram fogo em alguns barracos, mas a construção continuou no dia
de hoje (24/06).

Entretanto, hoje (24/06) às 9 horas da noite, um automóvel vermelho
(placa final 6195) e uma viatura da PM nº 52042, transportando cerca de
15 homens, entre policiais (fardados) e os seguranças do sargento,
chegaram armados ao terreno e destruíram e puseram fogo em todos os
barracos. É preciso enfatizar que, ainda que executada por membros do
“poder público” (os policiais), foi uma ação totalmente irregular, pois
durante o dia (hora em que a polícia deve agir em casos como esse), não
houve nenhuma notificação oficial aos ocupantes. Apenas um dos
seguranças do sargento, que diz ser também funcionário da prefeitura de
Nova Iguaçu, apareceu ameaçando que “à noite aqui vai ficar sinistro”.

Já faz alguns dias que o sargento Almeida não aparece com sua conversa
de que é dono legal da área. Lembramos que os próprios sem-teto já
conseguiram uma certidão que comprova que o terreno não tem dono. Se o
Almeida e a tal imobiliária Brasil Central tivessem provas de sua
“propriedade”, porque até agora, mais de um mês após o início da
ocupação, ainda não entraram com ação de reintegração de posse?

Ao que tudo indica, Almeida e seus capangas perceberam que sua fraude
não deu certo e agora querem expulsar os sem-teto pela força pura e
simples, o método habitual utilizado pelos bandos criminosos tão comuns
na Baixada Fluminense onde se misturam policiais, autoridades,
políticos, grupos de extermínio e empresários.

É inadmissível que diante de conduta criminosa e violenta tão descarada
por parte de policiais, o “poder público” e a grande imprensa continuem
omissos e coniventes. Exigimos que a Assembléia Legislativa, a
Corregedoria , os movimentos populares, sindical e estudantil e os
órgãos de imprensa se posicionem, denunciem e tomem as medidas
necessárias antes que alguém morra ou outra coisa mais grave aconteça
por ação dos assassinos bandidos fardados que estão atormentando o povo
sem teto que luta por seus direitos.

Quinta (26/06) às 15 horas haverá nova assembléia geral e estamos
procurando mobilizar a presença de outros movimentos, da imprensa,
parlamentares e entidades de direitos humanos.




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