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(pt) Posição Classista

From a-infos-pt@ainfos.ca
Date Thu, 17 Jul 2003 22:58:14 +0200 (CEST)


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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
http://www.ainfos.ca/
http://ainfos.ca/index24.html
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extraído de:
http://www.nodo50.org/lel/entrada.htm

O anarquismo se revitalizou com sua atividade na Associação Internacional
dos Trabalhadores (AIT), fundada em Londres no dia 28 de setembro de 1864.
O seio da corrente libertária sustentou uma dura polêmica contra "os
comunistas de estado" e seu centralismo. A ala federalista, ideogicamente
libertária, se organizou a nível mundial, especialmente nos países mais
pobres. Daí vem uma ampliação e maior organização do anarquismo como
ideologia revolucionária. Mas o que interessa destacar é que, a partir
desse momento, nasce uma identidade característica e definidamente
classista, posição que nossa ideologia leva consigo até os dias atuais.
A visão classista dos libertários, apesar de algumas semelhanças em
aspectos fundamentais, tem profundas diferenças com a visão marxista da
Primeira Internacional, divergindo também de todas as derivações do
marxismo que vieram depois. Não possuía o fatalismo e determinismo que
continha a visão marxista. Acreditava na capacidade transformadora do povo
e suas autênticas organizações. Não submetia a luta emancipadora a etapas
fatais de progresso nem privilegiava a luta em países com desenvolvimento
industrial. O anarquismo nunca se reivindicou uma ideologia "científica"
chamando as demais correntes socialistas de "utópicas". O anarquismo não o
fez, nem naquela época nem nunca.
Os anarquistas afirmaram que esta é uma sociedade dividida em classes.
Atribuíram, dentro do sistema de dominação, um papel de primordial
importância para a exploração econômica, o controle do estado e a
hegemonia ideológica. Estes três fatores são peças fundamentais para
manter os privilégios da classe dominante. Analisou o fator econômico como
fundamental mas não exclusivo, nem suficiente para explicar o sistema de
dominação. Ao mesmo tempo, o anarquismo sempre uniu à concepção de classe
a uma valorização do ser humano. Essa valorização humana deu um caráter
especial ao enfoque classista do anarquismo. Esse enfoque, pôs nossa
ideologia a salvo de esquemas rígidos (tipo "receita de bolo") e de
"dogmas pseudocientíficos". O anarquismo considerava que o sonho de uma
sociedade justa e fraterna é incompatível com o sistema de exploração do
homem pelo homem e também de toda e qualquer forma de opressão. Ou seja, o
fim do modo de produção capitalista e de todo o seu sistema era condição
indispensável para realizar esse sonho.
Através de distintas etapas de desenvolvimento, o capitalismo foi criando
diversos mecanismos para sua reprodução e conservação. Acreditar numa
espécie de autodestruição do capitalismo motivada por suas contradições
internas já é algo comprovadamente falso. O capitalismo não se destrói
sozinho, é necessária uma força (ou melhor, várias) política para
derruba-lo.
Apesar de tudo o que foi criado para disfarçar seu brutal sistema de
classes, o capitalismo segue sendo, em última instância, um sistema
baseado na dominação de classe. Mesmo que na atual conjuntura a classe
trabalhadora tenha perdido parte de seu potencial combativo e
transformador, a realidade essencial do sistema ainda é classista. Podemos
afirmar que o desenvolvimento do capitalismo teve como efeito a formação
de "fronteias" que dividiu a sociedade em classes. Para isso acontecer tem
influência fatores econômicos, políticos e ideológicos.
O mundo segue dividido em classes dominantes que possuem tudo e uma imensa
maioria que cada vez afunda mais numa miséria geral. Nossa América Latina
é uma prova viva: mais da metade da população está na pobreza ou na
miséria. O Brasil, com seus mais de 100 milhões de pobres e miseráveis, é
um exemplo gritante do que dizemos. O conceito fundamental de classe não
varia, apenas se adequa e se amplia à nova realidade. Fazem parte das
classes oprimidas, hoje, todos os assalariados produtores de bens e
serviços (incluindo a produção de bens simbólicos, culturais e
recreativos) que não exercem nenhuma função "de patrão", mais todos
aqueles que vivem de bicos ou trabalham por conta própria - dentro e fora
da economia informal. Mais a imensa camada de desocupados que é cada vez
maior. Todas essas camadas e outras mais fazem parte das classes
oprimidas, ou seja, vivem sob diversas formas de dominação e opressão.
Dentro dessa situação estrutural, nós anarquistas temos como objetivo
imediato nos inserir em todas as lutas dos oprimidos contra a classe
burguesa e seu sistema. Sempre buscando formas orgânicas que permitam unir
essas diferentes lutas, para que se fortaleçam e ganhem o potencial
transformador necessário. Por exemplo, lutas sindicais, estudantis, contra
a dominação racial, na defesa dos direitos humanos, por terra para quem
nela trabalha, etc. São diferentes lutas, filhas de uma mesma realidade de
opressão. A solução fundamental para todas essas lutas está em desmantelar
o opressor, está na força que como povo vamos acumular para acabarmos com
esses infames privilégios defendidos por unhas e dentes pelos dominantes.
Estamos com nossa classe, a classe dos pobres e oprimidos. Queremos
legitimar nosso anarquismo no contato e na participação viva das lutas e
necessidades de nosso povo hoje, aqui e agora. Nas lutas concretas e
também nos sonhos de libertação de todos os oprimidos de nossa terra.



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