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{Info on A-Infos}
(pt) [RedLibertaria] declaração final das Jornadas Anarquistas
From
"FAG INTERNACIONAL" <fag.internac@terra.com.br>
Date
Wed, 5 Feb 2003 13:20:37 -0500 (EST)
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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
http://www.ainfos.ca/
http://ainfos.ca/index24.html
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DECLARAÇÃO FINAL DAS
JORNADAS ANARQUISTAS 2003
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
24 e 27 de janeiro de 2003
Teatro do Museu do Trabalho
Nós, anarquistas organizados na Federação Anarquista Uruguaia (FAU),
Federação Anarquista Gaúcha (FAG), Coletivo Editorial Luta Libertária
(São Paulo) e Laboratório de Estudos Libertários (LEL - Rio de Janeiro)
firmamos esta Declaração, a qual está amparada por uma importante base de
acordos.Este avanço corresponde a um trabalho contínuo de coordenação que
já tem quase uma década.
Não são tempos fáceis os que estão vivendo os povos latino americanos.
Hoje, o império deixou de lado o seu cinismo e fala diretamente de tempos
e prazos bastante curtos para implementar sua política sobre nós. E estes
tempos e prazos não são para discutir se vão implementar ou não suas
políticas intervencionistas, e sim, podemos dizer que é um tempo em que
levam-nas a cabo. De diferentes maneiras pretendem concretizar seus
objetivos estratégicos delineados e amparados pelos países do norte
unidos em bloco.
Já ostentam em nossas terras uma presença militar com perspectiva de ser
permanente, com bases militares já instaladas em zonas estratégicas de
nosso continente. A ALCA significa, de fato, a institucionalização da
dominação, criando um estado jurídico onde será legitimada a quebra das
soberanias e da legítima identidade dos povos.
Buscar uma resposta comum e organizada dos povos latino americanos é uma
maneira de enfrentar e combater esta escalada militarista do império que
tem nas mãos o pensamento único, que declara guerra ao mundo com um
discurso totalitário e que tenta criminalizar toda forma de resistência e
fragmentar cada vez mais os oprimidos. Cria, dessa forma, uma absurda
classificação entre bons e maus, terroristas e democráticos, tornando
perigosos aqueles que querem comer todos os dias.
Não existe hoje possibilidade alguma de saída a partir das políticas que
querem implementar os governos nacionais, pois a função primordial cabe a
estes hoje é a de administrar os interesses do império.
Vivemos um tempo em que os sociais-democratas falam na busca de algo
impossível: um capitalismo humano e includente, acreditando que
organismos e agências internacionais como a OEA e outros podem agir com
neutralidade.
Ninguém que viva e trabalhe em qualquer região da América Latina pode
acreditar que aquilo que era conhecido nos anos 60 como organização das
colônias dos EUA pode ser a solução de um conflito nacional, como é o
caso da Venezuela hoje.A única alternativa possível é a ruptura com
estes organismos internacionais através da luta dos oprimidos
organizados.
Não são poucos os obstáculos com que nos deparamos hoje, talvez um dos
mais contundentes seja a fragmentação dos oprimidos, nossa grande
inimiga. Um conjunto de idéias e símbolos se reproduzem cotidianamente no
imaginário popular. A atomização que enfrentamos tenta reproduzir o que
chamamos anti-valores, sendo que nessa tarefa os meios de
comunicação jogam um papel importante.
O individualismo, a guerra entre os pobres e a universalização de uma
visão de mundo burguesa são valores que perpassam diariamente muitas
lutas de hoje, que acabam morrendo e sangrando isoladas. Respostas a
problemáticas comuns e gerais que afetam a todos nós acabam dispersas,
descoladas umas das outras.
Nós contamos com poucos elementos de aglutinação que possam formar um
punho fechado capaz de dar resposta aos inimigos de classe e que possa
confluir em uma só frente, sem sectarismos e com respeito à diversidade
de todos os povos que o nosso continente abraça. Esta parte do mundo que
se construiu a partir das invasões a todas as nações e povos originários
de nossa terra, que os opressores denominaram indígenas, assim como os
povos das nações da África foram denominados de negros. Nossa luta se
inscreve na resistência índia, negra e popular de 500 anos e o que nos
cabe é a busca constante por alternativas, ações e formas para o hoje, o
resistir de agora que estamos vivendo, fazendo da memória de luta um
instrumento gerador de identidade.
Nossos povos não viveram e não vivem sem esperança. A resignação suicida
não vai conseguir vencer a solidariedade e a luta. Sem precisar ir longe,
temos o exemplo do povo boliviano, que saiu para a rua,
indignado, contra a tentativa de privatização da água, bem da natureza
que não pode ter dono.
Nossas organizações tentam fazer a sua parte na resistência
latino-americana construindo um anarquismo comprometido e identificado
com as classes oprimidas, inserido no meio popular, impulsionando lutas,
a ação direta em todos os níveis, a independência de classe, a
auto-gestão e a solidariedade entre os de baixo.
Não nos vemos e nem somos vanguarda de nada. O povo sempre soube
escolher seu próprio caminho. Sabemos que sempre temos que respeitar os
ritmos e os processos dos diferentes espaços sociais. A
auto-determinação dos povos se expressa de modo externo frente ao
inimigo, e interno nos avanços das formas organizativas do meio popular.
Como tarefa para o hoje, vamos ter que fazer o esforço de aglutinar todos
os setores populares em luta que existem em cada rincão da América
Latina, buscando a unidade de uma frente de classes oprimidas capaz de
barrar os avanços do Império sobre a nossa terra.
Punho fechado ao inimigo de classe
Braço estendido ao companheiro de luta!
Pelo socialismo e pela liberdade,
viva os que lutam!
Coletivo Editorial Luta Libertária (São Paulo), Laboratório de Estudos
Libertários (LEL - Rio de Janeiro), Federação Anarquista Uruguaia (FAU),
Federação Anarquista Gaúcha (FAG)
SAÚDE E ANARQUIA!
Luciana - sec. relações - FAG
tel. (51) 3211 2476 / 91484391
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fag.internac@terra.com.br
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Porto Alegre/RS/Brasil
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