A-Infos (pt) O papel dos anarquistas frente ao liberalismo

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FAI se posiciona frente ao discurso burguês que tenta confundir anarquismo
com liberalismo e capitalismo.
Qual o valor do sangue dos combatentes anarquistas da Comuna de Paris de
1871? E de todos os abnegados impulsionadores libertários dos movimentos
grevistas e insurrecionais da Europa do século XIX? Qual o valor do sangue
derramado da companheirada anarquista e camponesa do Exército Insurgente
da Ucrânia durante a Revolução Russa? E de todos os operários e milicianos
anarquistas italianos e espanhóis das primeiras décadas do século XX? Qual
o valor do sangue derramado dos homens e mulheres anarquistas na Patagônia
rebelde Argentina e em Santa Maria de Iquique no Chile, dos companheiros
da Federação Anarquista Uruguaia, mortos durante a ditadura,nos anos 70? E
de todos os anarquistas que tombaram em todo o mundo desde o século XIX na
luta contra a burguesia e seu Estado assassino? Gostaríamos de convidar
todos os companheiros e companheiras que trazem o socialismo e a liberdade
no coração a fazer esta reflexão.Entendemos que este sangue a que fizemos referência acima é precioso
demais, assim como sua memória e seu legado, para ser enlameado e
escarnecido de maneira asquerosa por certos setores liberais e burgueses
que se julgam no direito de representar o anarquismo (no sentido de “falar
em nome de”) Brasil afora. Desde que o anarquismo voltou ao seu destino
histórico em nosso país, libertando-se da inércia em que encontrava-se
neutralizado, modestamente vem recuperando seu posto de luta junto às
massas populares e seus anseios de libertação. Como em todo processo
histórico e político de alguma importância, a retomada gradual e firme do
anarquismo enquanto ferramenta de libertação social de nosso povo e nossa
classe, lentamente começa a concentrar suas baterias contra a farsa
liberal e burguesa que promove-se ao se confundir com o verdadeiro
anarquismo classista e revolucionário.Sabemos que uma das necessidades fundamentais na construção de um processo
revolucionário que possa alcançar o nosso objetivo socialista e
libertário, é o desenvolvimento de uma decidida luta ideológica contra o
colaboracionismo, a burguesia e o socialismo autoritário. Somente através
da luta ideológica, o anarquismo pode contribuir para a destruição dos
mitos burgueses que sustentam sua dominação de classe, bem como pode
apontar para uma alternativa revolucionária clara que sustente o avanço da
luta popular e classista das massas onde nos inserimos. No entanto, não
podemos ser bem-sucedidos em nossa luta ideológica contra inimigos e
adversários poderosos, se calamos diante da desmoralização e dos ataques
que caem sobre nós a partir da confusão gerada por intelectuais mentirosos
e farsantes que valendo-se de privilegiada posição no interior do aparato
universitário, proclamam-se anarquistas e defendem de maneira
intransigente uma posição burguesa, anti-socialista, anti-popular e
contra-revolucionária.Entrincheirados em um exacerbado individualismo burguês, hedonista e
anti-popular, esta intelectualidade liberal falsifica e distorce a
história do anarquismo, adaptando-a ao seu estilo de vida e aos seus
interesses pessoais. Afirmações políticas tais como: “temos de tomar
cuidado com a revolução.” “Uma sociedade sem classes não é possível nem
desejável”, “a militância é a maior forma de auto-castração” enunciadas em
livros, artigos e eventos públicos, são o oposto do anarquismo, só não ver
quem não quer. Elas são uma ofensa aos revolucionários anônimos que
morreram pelo anarquismo e também ao nosso povo. Se existe quem não se
incomoda com estas declarações políticas, que assuma isto publicamente.
Quem sustenta estas posições sofrerá nossas críticas, e quem quiser passar
estas afirmações como anarquistas, terá de arcar com críticas ainda mais
pesadas. E assumimos qualquer ônus advindo da nossa firmeza ideológica.Não há nada que deva impedir os anarquistas, militantes classistas e
revolucionários, de fazer a mais demolidora crítica contra estes
indivíduos, núcleos e coletivos fraudulentos. Desmascara-los é tarefa para
já, não podemos cair em suas armadilhas quando atacam os críticos como
“autoritários”. Não devemos nos esquecer que o famigerado pensador de
extrema-direita Olavo de Carvalho também se reivindica liberal e
anarquista simultaneamente, e nem por isto seu caráter fascista é menos
explícito. Da mesma forma, no seio do Império Ianque existe uma corrente
político-ideológica que se reivindica ácrata, libertária e
“anarco-capitalista” e expressa um ultra-neoliberalismo agressivo que
propõe suprimir o Estado e entregar a gestão da sociedade diretamente às
grandes corporações empresarias.O fato de um intelectual, coletivo ou núcleo se reivindicar anarquista,
não pode, por si só, garantir o seu reconhecimento pela militância e pelas
organizações anarquistas. Luta de classes, revolução social, socialismo e
organização popular, foram, são e sempre serão os ossos e a carne do
anarquismo, qualquer um que diga o contrário mente descaradamente e é a
própria história de um século e meio de sangue, suor e barricadas do
anarquismo que exige que nós tenhamos um posicionamento firme frente a
ofensiva liberal e burguesa que tenta esvaziar o conteúdo revolucionário
do anarquismo e transforma-lo numa “grife” para ser consumida no mercado
pela burguesia como adereço exótico.
Anarquismo é Luta !!!
Nem um passo atrás !!!

FEDERAÇÃO ANARQUISTA INSURREIÇÃO - FAI

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