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(pt) Causa do Povo Nº 5 # AGOSTO - 2003

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Date Sun, 10 Aug 2003 17:20:59 +0200 (CEST)


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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
Notícias sobre e de interesse para anarquistas
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No número 5 da Revista Ruptura, publicada em janeiro
de 2003, dizíamos: “ ... a atual base produtiva do país dá peso
demasiado ao setor agrário exportador,reduzindo a margem
de manobra de um governo em relação a reforma agrária e a
estrutura fundiária de maneira geral. Não haverá reforma
agrária pacífica, haverá pacificação militar do campo” .
A análise que fizemos ao final do ano passado indicava que a
questão da reforma agrária, no plano interno, seria a principal
do plano político nacional, e que o papel jogado pelo
movimento popular do campo, assim como pelas “elites civis
militarizadas” e Militares, seria fundamental. Falamos também
que o Governo Lula seria imprensado de um lado pelos
movimentos sociais, e de outro pela burguesia com quem
pactuou.
O cenário que prevíamos está já configurado. E não é com
alegria que chegamos a essa conclusão, é com extrema
preocupação. O encontro do MST com Lula, em que ele
vestiu o boné do movimento, mostra toda a ambigüidade e
perigo da situação. Ao mesmo tempo em que pactua com o
Latifúndio, o PT quer manter aparência de amabilidade com
os movimentos sociais. A direita não ficou nada satisfeita com o
gesto, e exigiu uma postura firme do presidente. Enquanto
isso os latifundiários se armam no campo, fazendo exibição dos
seus arsenais e milícias. A mídia está coordenando uma grande
campanha contra o MST: revistas Época e Veja editaram
em suas capas nos últimos meses matérias denunciando a
violência dos “sem-terra”. As emissoras de TV fazem um
bombardeio de matérias jornalísticas, no mesmo sentido.
Há uma campanha ideológica que exige a pacificação
(repressão indiscriminada) no campo brasileiro, entendendose
por isso a liquidação dos movimentos sociais rurais.
O Governo Lula pode parecer hesitante, mas no entanto dá
indícios de que sabe exatamente o que está fazendo. Pelas
declarações de José Dirceu, parece que o Governo ainda
está apostando num esvaziamento da luta popular
pela terra, em traze-la para certos compromissos, e assim
“disciplinar” sua ação dentro da legalidade. O PFL, o PMDB
e o PSDB (e os latifundiários) não aceitam (ou não entendem)
tanto “refinamento”, que vêem como vacilação. Ao que nos
parece, se a expectativa do Governo Lula não se cumprir
num curto prazo (menos de 6 meses), a tendência é a pressão
da direita aumentar, fazendo com que o Governo Lula fique
numa encruzilhada: ou demonstrar lealdade à
burguesia, ou perder credibilidade interna e externa,
e aí só Deus sabe o que pode acontecer. Mas é possível que o
PT não vislumbre esta possibilidade: na hora exata, ele
vai lançar uma ofensiva no campo, para tentar desarticular,
pelo menos, o MST. A prisão dos cinco sem-terra no
Pontal do Paranapanema (em SP), no dia 11/07/2003, e a
condenação de José Rainha a 2 anos e 8 meses de prisão, no dia
30/07/2003, são apenas indicadores da agravação do
quadro que havíamos indicado.
Não será de surpreender, se nos próximos 12 meses assistirmos
o Governo Lula decretar estado de defesa em determinadas
regiões do país (áreas para isso seriam SP, Nordeste e Mato
Grosso do Sul). Até agora todos os atores importantes se
pronunciaram, menos um: os militares. Talvez o silêncio seja
mais sintomático. Talvez eles já estejam em ação, ou
preparando-a. Talvez sejam o plano B do Governo Lula para
o conflito no campo. Convocamos os movimentos
sociais a desenvolverem uma firme oposição ao Governo
Lula, e ao capitalismo como um todo. Já está provado que ao
povo nada será dado e tudo será conquistado com luta e
organização autônoma. È hora de cerrar fileiras junto ao
movimento popular do campo (em toda a sua diversidade e
não só o MST). Tendo por lema: A agressão feita a um é a
agressão feita a todos.
Anarquismo é Luta !
Morte ao Latifúndio!!!

fai_rj-A-yahoo.com.br

Exatamente no momento em que vivemos uma das mais
agudas crises sociais da história do país, com o
desemprego atingindo números absurdos e
crescentes a cada mês, com a miséria e a fome se alastrando
como epidemias no campo, nas periferias e nos centros
urbanos, a Federação das Empresas de Transporte do
Estado do Rio de Janeiro(FETRANSPOR), consegue
junto ao Tribunal de Justiça a decisão que revoga o direito
de estudantes da rede pública, idosos e deficientes físicos ao
Passe-Livre nos transportes intermunicipais do Estado do
Rio de Janeiro. Esta decisão judicial se baseou na alegação
da FETRANSPOR de que o direito ao Passe-Livre seria
uma lei inconstitucional por não indicar uma fonte de
receita para compensar os empresários pela gratuidade
concedida, o que inclusive já foi desmentido e provado o
contrário.
Em primeiro lugar, é preciso atentar para o fato de que este
ataque aos direitos do povo por parte da famigerada
Máfia dos Transportes, revela com extrema nitidez o caráter
criminoso da sanha predatória do empresariado brasileiro.
Esta classe dominante que não hesita em golpear duramente
os setores mais fragilizados de nosso povo para ampliar seus
privilégios, cassa – na prática – o direito à educação de
nossas crianças e jovens mais pobres, além de cassar
também o direito de ir e vir da população idosa e dos
deficientes físicos. É importante que tenhamos
clareza a respeito do que significa a Constituição
garantir ao empresariado ressarcimento com dinheiro
público do que deveria ser o pagamento de uma dívida
social. Tudo isto significa que no “cassino” do capitalismo
brasileiro, a burguesia ganha sempre e nunca pode perder.
O inimigo de classe conhece com muita precisão a
debilidade em que se encontra a luta popular como um todo
neste momento em nosso país.
Com o governo Lula, toda a burocracia reformista e
colaboracionista do PT e seus cúmplices jogam pesado na
d e s m o b i l i z a ç ã o , desmoralização e
desorientação dos setores populares onde exercem
influência hegemônica. Diante deste quadro a Classe
Dominante “lambe os beiços”, está muito claro que este é o
momento para aprofundar os ataques aos poucos direitos do
povo que ainda restam, radicalizando o receituário
neoliberal sob as bênçãos do “Companheiro Presidente”. É
neste contexto que se dá a revogação do Passe-Livre
intermunicipal no Rio de Janeiro, não por acaso, ao
mesmo tempo em que se atacam os servidores públicos
com a Reforma da Previdência.
Como anarquistas, reafirmamos a necessidade da
ação direta popular como forma de defender e
conquistar nossos direitos. É urgente que os estudantes,
trabalhadores e demais setores populares avancem na
sua luta e organização para fazer recuar a Máfia dos
Transportes e os juízes do Tribunal de Justiça. Derrotar
o peleguismo colaboracionista e varrer sua influência para
longe da luta popular é fundamental neste momento
em que se deve dar enfrentamento direto contra o
inimigo de classe, ampliando a combatividade das lutas e a
autonomia da organização. Somente nas ruas poderemos
desacreditar o oportunismo da gangue de Rosinha e
Garotinho que tentam pegar carona na tragédia buscando
se promover. O sangue do jovem companheiro Kleber
Mendonça, de 13 anos, estudante morto por
atropelamento ao ter sua entrada no ônibus impedida,
não vai ser esquecido e será lembrado cada vez que na rua
combatermos a Máfia dos Transportes, o Estado e o
capitalismo assassino, pelo Passe-Livre hoje, pelo
Socialismo e Liberdade sempre!
Abaixo a Máfia do Transporte !!!
Ousar lutar Ousar Vencer !!!
Com os oprimidos, e contra os opressores sempre !!!
Pelo direito ao Passe-Livre: nem um passo atrás!



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