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(pt) Opinião Anarquista nº 9: GUERRA CONTRA O IMPERIALISMO

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Date Fri, 25 Apr 2003 20:03:30 +0200 (CEST)


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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
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Abril de 2003
O governo estadunidense ofende a inteligência do mundo. O país perito em
declarar guerras, em oprimir povos, em utilizar armas de alto poder
destrutivo, diz que está defendendo a paz mundial e a liberdade do povo
iraquiano. Agora é uma ameaça o país a quem ensinou a usar as armas
químicas e biológicas, agora a ditadura que antes apoiava deve ser
derrubada. Qualquer análise mais rigorosa da situação vê a enorme
contradição do discurso estadunidense, que é reproduzido pela mídia
lacaia.
Os objetivos da guerra são outros. Conquistar o maior recurso natural do
país - o petróleo, movimentar a indústria bélica norte-americana, impor o
domínio americano sobre a região. E há quem prefira barrar a palavra
imperialismo de seu discurso político.
A guerra é o reflexo da ganância sem limites, mola propulsora do sistema
capitalista em que vivemos. O lucro acima de tudo, justificando a
destruição e morte de um povo já debilitado. Pelo poder econômico e
militar que têm, o presidente Bush acredita que pode fazer o que quiser
com o mundo. Todos os povos são reféns dos desejos que uma ridícula figura
que posa de cowboy, mas que se borraria nas calças se tivesse que combater
ele mesmo.
A guerra não está tão longe de nós. Se hoje o Império faz uma guerra pelo
petróleo do Oriente Médio, amanhã pode fazê-la pela água ou pela
biodiversidade latino-americana. Como aqui não encontra resistência dos
governos, pode ampliar seu domínio por outros meios, como através da
implantação da Área de Livre Comércio da Américas (ALCA), isto é, por um
mecanismo pretensamente econômico. Mas, sempre prevendo resistências, os
Estados Unidos não abre mão de garantir também um controle militar, o que
tem feito através da instalação de bases militares em todo o continente,
Plano Colômbia, treinamento de militares latino-americanos, etc. E assim o
sistema capitalista se mantêm através de diferentes mecanismos de
dominação: econômico, político, militar, ideológico...
O Lula já disse que não vai sair das negociações da ALCA e em nada isso
nos surpreende. Sempre temos dito que ou os governos estão a mercê do que
determina o sistema capitalista ou deixam de ser governo. Que por isso não
podemos confiar que os governos vão nos trazer mudanças, e sim nossa
própria luta e organização, livre das amarras do sistema capitalista, que
só dá deveres aos trabalhadores e direitos aos burgueses. Mas há os que
acreditam que Lula vai conseguir negociar uma ALCA que não seja tão
prejudicial para o povo, que a gente não precisa mais lutar contra o
acordo. Que o Lula vai convencer os Estados Unidos a abrir mão dos seus
interesses... Haja saliva! Se os Estados Unidos passou por cima do
Conselho de Segurança da ONU para fazer a guerra, está claro que não vai
ser o Lula que vai tirá-lo de seus objetivos aqui no quintal do Tio Sam.
Somos mais um povo submetido aos interesses imperiais, e por conta dessa
submissão usa-se a maior parte dos nossos recursos para o pagamento da
dívida externa. Por isso sempre falta verba para gastos sociais em
educação, saúde, saneamento, moradia, etc. É um outro tipo de guerra, que
mata de fome, de frio, de falta de atendimento médico, e de bala mesmo,
porque tanto desespero aumenta a violência. Nossa cultura também está
sendo destruída, invadida por valores capitalistas e estrangeiros. A
carência de tudo frente a ideologia do consumismo faz nossa gente se
perder pelos torturosos caminhos da droga, da violência e do sexo
desenfreado, que destrói famílias e deteriora os laços sociais. Tudo isso
faz com que o povo não se veja como uma classe que sofre a mesma opressão
e fique brigando com seus iguais ao invés de combater seu verdadeiro
inimigo.
Por tudo isso, pra nós, combater a guerra é lutar contra o imperialismo e
o capitalismo, ontem, hoje e sempre. É questionável esse pedido de paz que
finge ser um desejo consensual, um consenso fabricado que quer negar a
existência de conflitos na sociedade. A paz pra burguesia é a segurança
dos condomínios fechados e dos shoppings centers. É que os pobres fiquem
quietos nas suas favelas vivendo sua miséria sem interferir no modo de
vida consumista e esbanjador dos ricos. Há o interesse de uma classe que
oprime contra outra que é oprimida, por isso deve haver luta de classes
(outra palavra que está “fora de moda”). Enquanto acharmos que tudo vai se
resolver pelas negociações, pelos governos, pelos mecanismos
institucionais, pela ONU, vamos sempre nos surpreender com os atropelos
como esse dos Estados Unidos, fazendo o que quer das nossas vidas sem que
possamos nos defender.
A luta por justiça social aqui, é a luta contra a guerra de lá

Avançar a resistência popular contra a guerra, o imperialismo e a ALCA

Pelo socialismo e pela liberdade



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