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(pt) [Brasil; Coletivo Domingos Passos] 30 de setembro: sintoma da doença do Estado
From
Worker <a-infos-pt@ainfos.ca>
Date
Mon, 7 Oct 2002 14:01:43 -0400 (EDT)
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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
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A linha de pensamento é muito simples.
Uma passagem pela História do Brasil e
vem a pergunta: alguma vez o povo trabalhador,
que construiu e sustenta esse país, teve
prioridade durante algum dos diferentes tipos
de governo, os quais suportamos e nos foram
impostos até hoje? Em algum momento de nossa
História o bem-estar da população foi objetivo de
qualquer dos bastardos, mais conhecidos como
governantes, em meio a suas barganhas,
negociatas, propinas e interesses?
Agora vamos percorrer o Estado do Rio de Janeiro,
o que vemos? O mundo de fantasia da zona sul por
toda parte? Apenas gente bonita e emergente
gastando dinheiro em shoppings da barra? Vamos
olhar um pouco melhor, saindo da fantasia em
direção à realidade, logo iremos reparar nas casas
de tijolos sem reboco, casas que cada vez mais
avançam sobre os morros e se perdem de vista,
reparem nos barracos de tapumes embaixo dos
viadutos, não percam de vista os miseráveis que
catam e/ou comem lixo ou os que pedem esmola,
nas calçadas do mundo de fantasia, em meio ao
rápido movimento de indiferentes pernas sedentas
por satisfação via consumo. Agora repare também
que essa rude realidade supera, em número de
pessoas e área, o mundo feliz e pequeno burguês
de fantasia ariano-consumista da zona sul, inclusive
coexiste dentro dele.
Agora some 1+1, de forma bem racional, e vai
concluir que em nosso Estado existe uma brutal
concentração de renda, desigualdade social,
exclusão racial e econômica seja na área urbana
ou rural.
Afaste-se um pouco e observe que isso se repete
em todo Brasil.
Obviamente isso tudo é bem claro se você respondeu
corretamente a primeira pergunta desse texto.
Acorde, e enxergue que um país onde a maioria leva
uma vida difícil, pobre ou miserável é reflexo de uma
política de abandono e omissão por parte daqueles
que reinam, governam ou nos representam, não
importa a palavra, os quadrúpedes são os mesmos.
Somos colônia de exploração e mercado consumidor
das metrópoles, e o governo, composto pela elite,
governa para a elite, seja ela nacional ou estrangeira.
E também no Rio de Janeiro, a enorme
quantidade de comunidades carentes
que não param de crescer; de
desempregados, analfabetos,
desabrigados, famintos, miseráveis, escravos de
aluguel, etc. mostram o retrato de um povo
abandonado, obrigado a viver sem o básico a uma
vida de, pelo menos, cachorro de emergente.
Abandonados! Largados! Muitos têm muito pouco
para que poucos tenham muito.
E o 30 de setembro? Pouco interessa se foi
orquestração de político, boato ou ordem de bandido,
se a vida no estado pára por causa do crime é
porque há algo de sinistramente sintomático. Se já
chegamos a essa situação é porque estamos a um
passo do caos. Mas o que se poderia esperar de
500 anos de abandono, exploração, repressão e
exclusão social, sem falar nos oito anos de reinado
de Fernando Hitler Cardoso, o marionete de
Washington e seu plano Irreal made in FMI de abertura
e estupro de mercados (com aplicações em toda
América Latina, vide Argentina)? O tráfico e o crime
tomaram conta de tudo porque a prioridade do governo
é o capital, o lucro, seu e daqueles que representa. O
30 de setembro impressiona porque está se
concretizando o antigo alerta de que se o tráfico
resolvesse descer do morro iria fazer e acontecer,
mas o mais alarmante é justamente termos chegado
à situação que ocorreu no referido dia.
O poder não é paralelo, é um ângulo agudo cujo vértice
vai direto no coração do povo, e suas retas são o
Estado e criminalidade. É o mesmo poder, e faz parte
e é fruto do mesmo sistema, que explora os trabalhadores
e os reprime nas comunidades carentes. O crime tira do
Estado o trabalho de esmagar o povo e mantê-lo
sempre em silêncio, com medo e sem ter visto nada
sempre. Ao mesmo tempo que justifica maiores gastos
com polícias e o recrudescimento dos aparelhos
repressores do Estado sobre o povo e os movimentos
sociais. É o mesmo poder que fecha rádios
comunitárias arbitrariamente, porque representam
uma auto estima, representação e organização popular,
ou vai mantê-lo trancado em casa pelo toque de
recolher.
O Estado representa e trabalha para a elite, e logicamente
não há interesse da elite em por um fim no tráfico de
drogas que é tão lucrativo e movimenta tanto dinheiro,
logo, o Estado nunca vai combater de forma definitiva
essa situação onde estão envolvidos tanto questões
ideológicas quanto financeiras. Acontece que enquanto
eram os pobres que morriam nas comunidades e
ocupavam as páginas do Povo, a classe média e as
elites pouco se importavam. Agora, que o crime está
ferindo a liberdade pequeno burguêsa de ir e vir para
consumir da medíocre classe, é que acontecem
manifestações por paz, campanhas de interesse duvidoso
e outras demonstrações de hipocrisia. Um exemplo
é o "cristo" jornalista da mídia corporativa, morto como
muitos pobres morreram mas nunca foram citados.
A elite continua pouco se importando, afinal ela vive
protegida e anda de helicóptero, ao contrário da classe
merda que também tem que pegar ônibus.
O advento de 30 de setembro é mais um sinal, um
sintoma da doença chamada Estado, doença que se
agrava a cada dia e que está sendo tratada com
paliativos de impacto. Enquanto muitos se iludem e
alguns se aproveitam, a revolução popular é o único
remédio, pois só o povo sabe daquilo que o aflige.
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