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{Info on A-Infos}
(pt) Como não ser anarquista? por: Francisco Quintal
From
a-infos-pt@ainfos.ca
Date
Sun, 29 Dec 2002 12:37:28 -0500 (EST)
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A - I N F O S S e r v i ç o de N o t í c i a s
http://www.ainfos.ca/
http://ainfos.ca/index24.html
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[Francisco Quintal foi um dos mais importantes organizadores do
movimento anarquista em Portugal, tendo participado na fundação
da União Anarquista Portuguesa (UAP), a qual, juntamente com
organizações do estado espanhol, veio dar origem à Federação
Anarquista Ibérica (FAI). No pós 25 de Abril de 1974, colaborou
com outros anarquistas e anarco-sindicalistas no renascimento do
movimento anarquista em Portugal, tendo activamente participado
no lançamento da imprensa anarquista. Deixou várias traduções e
alguns artigos e folhetos, de grande qualidade, tanto do ponto
de vista do conteúdo teórico como do rigor da expressão. Este
companheiro, já desaparecido, continua a ser uma real inspiração
para levar à prática os nossos ideais.
(Nota do editor de A-infos-pt)]
A Sociedade actual é um conjunto de iniquidades. A autoridade do
homem sobre o homem e a exploração do indivíduo por outro
indivíduo, são as duas iniquidades supremas, os dois maiores
crimes lesa-humanidade, as duras iniquidades mães de todas as
iniquidades. A autoridade e o direito de posse, são base e
fundamento da organização social existente. E a religião, vil
alcoviteira do Estado e do Capital, é o ópio maldito que
adormece e embrutece o povo, tornando-o manso e resignado com os
seus conselhos melífluos, tendentes a afastá-lo das realidades
da vida, pondo as suas esperanças num utópico paraíso do outro
mundo.
Para qualquer lado que dirijamos a vista, só veremos iniquidade
e crime, dor e miséria, lágrimas e morte. E, - contraste
horrível! - junto às massas numerosas de indivíduos famélicos,
de seres envilecidos pela miséria, de homens, mulheres e
crianças anémicas, esfarrapadas, famintas, outros indivíduos,
outros seres, outros homens embrutecidos por orgias infames,
rebentando da fartura, vestidos de peles e sedas, e carregados
de jóias, - o que constitui um grosseiro insulto feito à miséria
do proletário, pelos monopolizadores do património universal.
É assim na sociedade presente: para os que trabalham e tudo
produzem; para os que descem à mina para arrancar das entranhas
da terra, os metais, as pedras preciosas, o carvão...; para os
que fabricam ricos tecidos, constróem móveis cómodos, levantam
sumptuosos palácios...; para os que lavram a terra, deitam no
sulco a semente, apanham os frutos e ceifam, debaixo de um sol
de fogo, as doiradas e desabrochantes espigas que hão de, mais
tarde regalar o paladar dos que não quiseram nem souberam
produzi-lo...; para estes, trabalhadores e produtores e - oh!
Sarcasmo! - , escravos; para estes, repito, a vivenda ruim, sem
luz nem ventilação, anti-higiénica; a comida escassa e má,
insuficiente para refazer as forças gastas no rude e quotidiano
trabalho; os vestidos grosseiros, mal feitos, sujos...; o
estômago sempre insatisfeito e os membros sempre cansados; a
anemia, e a tuberculose apoderando-se do organismo; e, às vezes,
a morte por inanição e frio...
E em troca, para os que nada produzem, para os vadios, para os
parasitas, a morada sumptuosa, os deliciosos manjares, os vinhos
capitosos, as peles, as sedas, as carruagens (*), a literatura,
a arte... tudo: luz, ar, flores; comodidades materiais; gozos do
corpo e do espírito... (Mas, sobretudo, prazeres corporais,
porque a burguesia, na sua grande maioria, movida por um sórdido
materialismo, é incapaz de sentir profundamente os prazeres
intelectuais). Admirável filosofia a burguesa! Primorosa justiça
a que preside à actual sociedade!
E se a filosofia burguesa é admirável pelo seu cinismo, mais
admirável ainda, pela sua estupidez, é a do obreiro submisso.
O operário farta-se de trabalhar e apenas pode satisfazer as
suas mais peremptórias necessidades. Não obstante, resigna-se
com o que ele chama a sua sorte em lugar de revoltar-se contra
tudo e todos. - Não foram feitas para nós as riquezas, nem as
comodidades, nem os gozos do mundo! - pensa estupidamente. E
continua vegetando, sem que o espectáculo de tão demasiado luxo
e de tantos crimes que ao seu redor ocorrem, infiltre indignação
no seu abatido espírito.
E porquê?
Por que é que os operários são mansos e pacientes como ovelhas?
Porquê esta resignação suicida?
Como é que não compreendem que têm direito à vida, que o
património universal lhes pertence de direito e que a eles deve
pertencer de facto?
Ah!, é porque o trabalhador não sabe nada, não vê nada, não ouve
nada, nada compreende. A ignorância atávica, as mentiras que
desde criança lhe ensinaram, e os preconceitos arreigados nos
cérebros da maioria dos homens: o ambiente mórbido em que vive;
o empenho que têm as classes burguesas em que não se instrua; as
leis coercitivas da liberdade individual, que impedem que homens
de sentimentos nobres propaguem profusamente ideais de redenção;
o trabalho extenuante a que é submetido; a falta de alimento e
de descanso, e a cobardia moral que tudo isto engendra, faz com
que o trabalhador seja incapaz de pensar e de analisar por si
próprio, e que julgue que os males de que padece não têm
remédio, que a organização social há de ser sempre a mesma, que
a autoridade é necessária e que a exploração é lógica, porque
sempre haverá pobres e ricos, como dizem que disse o Deus Cristo
dos Católicos.
Assim pensa e crê a maioria dos trabalhadores, isso a que se
chama povo, massa, vulgo... Mas junto desta maioria de
trabalhadores submissos, há uma minoria de trabalhadores
rebeldes, de indivíduos libertados de crenças absurdas, de
homens que já não são o povo, porque ao libertarem-se de todos
os dogmas, passaram a ser individualidades conscientes. E esta
minoria de trabalhadores é numerosa e forte, e mais poderosa,
portanto, que a maioria, a qual arrastará atrás de si,
inevitavelmente, no dia da revolução, se não conseguir
convencê-la o que não é sensato supor. Estes trabalhadores
rebeldes, estes homens conscientes, descendentes dignos do
mitológico Satan e de Epartaco, ao conhecerem o sofrimento,
quiseram a sua total supressão, estudaram as causas da dor
universal e souberam encontrar-lhe o remédio.
Provou-se, com argumentação incontestável, que todas as
religiões são falsas; que a terra e tudo o que nela se produz, é
património comum de todos os homens; que a propriedade é um
roubo, e o direito de herança, causa o engrandecimento da
propriedade individual, um verdadeiro crime; que a autoridade é
inútil para o bem e fomentadora do mal, e que a sua única missão
é manter os privilégios dos usurpadores de toda a riqueza
social; que esses limites que marcam fronteiras, dividindo a
terra em parcelas chamadas nações, e que são causa do ódio entre
os habitantes de um e outro território, devem desaparecer, assim
como os exércitos criados e mantidos não só para a guerra, mas
também para fazer calar as vozes dos escravos quando, fartos de
sofrer, pedem um pouco de liberdade, de igualdade ou de justiça.
Ao fazer a crítica da sociedade, puseram-se em evidência os
horrores que a actual organização engendra.
Viu-se que a autoridade, o capital e a religião são a causa de
todos os males.
Provou-se que, dentro da organização social existente, não pode
resolver-se o problema chamado «questão social», sejam os
governos monárquicos, republicanos ou socialistas, porque todas
as cataplasmas preconizadas pelos sociólogos «beras» para
resolvê-lo, são inúteis. Enquanto subsistir a autoridade, as
leis, o poder representativo, o executivo, judicial e
repressivo, coarctando a liberdade individual, a livre
iniciativa, o progresso; enquanto, pelo maldito direito de
posse, se presumir feito pelo proprietário tudo o que em «seus
domínios» se produza; e o capital, trabalho usurpado e não
acumulado legitimamente, como dizem os seus panegiristas, não
for abolido; e as religiões não desaparecerem da terra, deixando
livres as consciências para que os indivíduos possam pensar e
analisar por si próprios e obrar conscientemente..., a questão
social continuará de pé.
É, pois, o Estado, o Capital e a religião que se tem de suprimir
para que a questão social fique resolvida totalmente.
Julgam porventura que é só uma questão de estômago?
Não. A questão social não é só uma questão económica; é também
uma questão de moral e de liberdade. Por isso, todas as fórmulas
imaginadas para resolver esta questão dentro da organização
social presente, são nulas.
Portanto, é necessário fazer a Revolução Social, e, sobre as
ruínas desta decrépita sociedade, organizar, racional e
cientificamente, a nova sociedade, a sociedade livre e
igualitária, a sociedade do comunismo libertário.
II
Numa sociedade livre e bem organizada, tudo será paz, amor,
alegria... Despidos os homens de preocupações; desobstruídos os
cérebros de atávicos e ridículos preconceitos; desaparecidos os
ódios mesquinhos e os baixos egoísmos; tendo a instrução e a
educação levantado o espírito humano a um nível moral e
intelectual não atingido em nossos dias; tendo cada um plena
consciência de seus direitos e deveres, e sendo todos iguais
economicamente e livres absolutamente..., já não há crimes, já
não há injustiças, já não há mesquinhas e cruentas lutas pela
conquista do pão, porque o pão está garantido a todos.
A Justiça preside à sociedade acrata. Os homens, sentindo-se
felizes, amam os homens. O ódio desaparece da Terra. Não há
força capaz de quebrar a harmonia que entre os humanos reina. A
liberdade e a igualdade são património do Homem. A realidade e a
vida não são deformadas em moldes construídos de teorias e de
abstracções absurdas e limitativas. Já não há quem ponha diques
ao progresso. Desfeitas as peias que a uniam ao jugo da
ignorância e da mentira, a Humanidade caminhará a passos
gigantescos para a perfeição. E a Solidariedade, a humana e
sublime Solidariedade, manifesta-se em todo o seu esplendor.
Não há, numa sociedade livre, privilegiados nem deserdados, nem
exploradores nem explorados, tiranos nem escravos. Nela não se
vêem nem miseráveis mendigos, nem desgraçadas prostitutas, nem
abjectos polícias. Nada de ruim e miserável nela existe.
Suprimiu-se o Estado, com as suas leis absurdas, seus
legisladores, seus juizes, suas repartições abarrotadas de
vadios e de seus milhares de odiosos instrumentos; o Capital,
causa de tanta miséria, de tantos males e tantos crimes; e a
Religião, com as suas igrejas cheias de parasitas, seus
estúpidos ídolos e suas cerimónias irrisórias.
E abolindo e Estado, o Capital e a Religião, desapareceram
também os odiosos, anti-higiénicos e desumanos antros de
exploração e miséria; quartéis e hospitais, presídios e
cárceres.
O progresso da indústria e da mecânica, alcançou já tal grau de
perfeição que só com o que se produz na sociedade capitalista,
poder-se-ia muito bem satisfazer completamente as necessidades
de todos. Ora bem: se na sociedade capitalista, onde a produção
é limitada, porque assim convém aos interesses criados de uns
quantos, há produtos suficientes para todos - e isto está
provado estatisticamente - com a diferença que, estúpida e
criminosamente, se deixa que os produtos se estraguem,
calcule-se que superabundância não haverá na sociedade comunista
livre, quando o trabalho, livre de empecilhos políticos,
religiosos e sociais, emancipado do capital, seja praticado
voluntariamente por todos os homens.
Estou já ouvindo exclamar: «Mas se o trabalho é voluntário,
ninguém quererá trabalhar!» Que pobres de espírito são os que
assim pensam!... - Como! - exclamo eu - Que ninguém quererá
trabalhar?... Que loucura!... Acaso não está provado que o
trabalho é uma necessidade fisiológica? Acaso não está na
consciência de todos que se o homem não fosse produtor não
poderia subsistir? Acaso não é pelo trabalho que se enobrece e
se dignifica o homem? Acaso não é o trabalho uma lei da
natureza, um alto conceito moral, a verdadeira virtude?... É
insensato supor que o homem possa entregar-se à ociosidade, uma
vez libertado o trabalho do jugo capitalista.
Precisamente o que hoje torna odioso o trabalho, é esse maldito
jugo e não o próprio trabalho, pois trabalhar é ser tiranizado e
explorado, é ter que suportar a presença do estúpido burguês, e,
além disso, porque sabemos que depois de uma jornada de nove,
dez ou doze horas de um trabalho aniquilante, não teremos ganho
o suficiente para satisfazer as nossas peremptórias
necessidades. Eu, que sou operário, que sou explorado, sei por
experiência que não trabalhar é aborrecer-se. E aos meus
companheiros de exploração, ainda aos mais refractários ao
trabalho, tenho ouvido sempre as mesmas lamentações quando têm
estado sem ocupação: «sem trabalhar sou homem morto».
«Aborreço-me, não sei o que hei de fazer, nem para onde ir».
«Isto é insuportável; parece impossível que haja quem possa
viver sem trabalhar». E ao falarem assim, não têm em conta o
jornal que o seu trabalho lhes poderia proporcionar, mas apenas
o aborrecimento que os faz sofrer.
Não há, pois, a recear que o homem seja preguiçoso quando for
livre. Não receemos tão pouco que os produtos escasseiem. Seja o
trabalho livre e a produção será muito superior ao consumo, por
excessivo que este seja e por muito escassa que seja aquela. E
mais sensato é supor que na sociedade libertária se tenha que
gritar: «façam o favor de não produzirem tanto, companheiros,
que já não há lugar onde arrecadar os produtos» e não que seja
necessário estimulá-los ao trabalho.
Por isso, nós, os anarquistas, queremos: «Que o homem seja
livre, na sociedade livre e que nela cada indivíduo produza
segundo seja a sua vontade e à sua vontade consuma».
Porque quando os homens estiverem associados livremente; quando
a produção estiver organizada sobre bases racionais e
científicas; quando as máquinas e todos os instrumentos de
trabalho pertencerem ao acervo comum da colectividade; quando
toda a terra se tornar produtiva, o que hoje não sucede porque
assim convém ao usurpadores do património universal; quando
desaparecerem os mil e um empregos necessários hoje para
facilitar as transacções comerciais e para satisfazer a vaidade
burguesa, mas desnecessários numa sociedade justa, livre e
igualitária; quando, por ser a riqueza social propriedade comum
de todos e não património de uns poucos, as máquinas estiverem
multiplicadas até ao número que for necessário; e quando,
finalmente, os homens compreenderem que o interesse de um é o
interesse de todos, que do bem-estar da colectividade depende o
bem-estar do indivíduo, o trabalho não será penosa imposição,
sinal de escravidão, brutal e aniquilante, senão que, além de
ficar reduzi!
da à sua expressão mais simples, será agradável entretenimento,
higiénico desporto.
O que fica exposto basta para que todos compreendam que não há
motivos para recear a falta de produtos numa sociedade onde a
produção e o consumo sejam voluntários.
E estando a produção assegurada, que mais há a temer?
Nada absolutamente, pois possuindo todos o necessário, não
haverá invejas, egoísmos nem crimes, porque o dinheiro, único
deus da burguesia, única coisa que na actual sociedade pode
redimir da escravidão material, terá desaparecido na sociedade
livre, e sabido é que, directa ou indirectamente, o dinheiro é
causa de todos os crimes, de todas as invejas, de todos os
egoísmos.
Mas há mais ainda: a questão do amor, resolvida pelo amor livre.
E o amor livre é - dito de uma forma concisa, pois não há espaço
nem aqui é lugar para dar uma extensa definição, - o verdadeiro
matrimónio, ou seja, que quando um homem e uma mulher se amem,
unir-se-ão livre e voluntariamente, sem que ninguém tenha
direito de ordenar o contrário e sem necessidade de comunicá-lo
a um padre ou a um juiz, pois estes nada têm que ver com
semelhante acto nem aos amantes faz falta a permissão do juiz ou
do padre para darem expansão aos seus sentimentos amorosos. (E
tenha-se em conta que isto do padre e do juiz, o digo para
melhor compreensão e para a prática desta formosa e moral teoria
na presente sociedade, pois na sociedade anarquista não haverá,
claro está, semelhantes personagens).
E para terminar este capítulo, pois já o espaço vai faltando e é
ainda imprescindível fazer outro, direi que a Anarquia é o ideal
mais belo e humanitário que o pensamento do homem tem concebido;
que as suas teorias são científicas, naturais e racionais, que
não é um ideal abstracto, um sonho generoso mas irrealizável,
mas sim um ideal concreto, de imediata realização, de
implantação fácil e simples, porque não é necessário para isso
que os homens sejam anjos - como dizem aqueles que nos taxam de
utopistas, e os utopistas, afinal são eles! - pois basta que os
homens sejam tal como são, pois assim mesmo os queremos, com
todos os seus defeitos e paixões.
III
Quão grande e formosa é a Anarquia!
Que imenso mundo de belezas ela encerra em seu seio!...
Como não amá-la?...
Oh, ignorância!
Oh, estupidez dos homens!...
Como é possível haver quem conheça a Anarquia e não a ame?...
E, todavia os há!...
Alguns ruins miseráveis, seres egoístas, indivíduos sem
dignidade... tais são os que podem conhecer a Anarquia sem a
amar!...
Quando, nas asas da fantasia, voamos à sociedade futura, e com
um esforço de vontade e inteligência, nos colocamos no lugar que
então ocupará o homem; quando, pelos mesmos processos, poisamos
sobre a terra e vemos tantos crimes, injustiças, horrores, como
há na sociedade presente; quando comparamos os homens de hoje,
ignorantes, estúpidos, egoístas, miseráveis com os homens de
amanhã, ilustrados, robustos, generosos, oh! quanto ódio
sentimos pela sociedade presente e quanto desprezo nos inspiram
os homens de hoje, ao comparar o que é com o que deve ser, com o
que pode ser, com o que será, pese a todos os escribas e
fariseus que no mundo existem.
Não ser anarquista, por não saber o que é a Anarquia, é ser
ignorante; por ser incapaz de compreendê-la, é ser imbecil; e
conhecê-la e compreendê-la, e, não obstante, defender a presente
sociedade porque assim se vai vivendo, é ser canalha.
E não se diga que somos sectários. Até os mais ardentes
defensores da sociedade capitalista, reconhecem que esta é má, e
boa a anárquica. Portanto, cabe perguntar: - Se reconheceis que
a presente sociedade é má e que a sociedade anarquista é boa,
porque não sois anarquistas? A esta pergunta respondem com uma
capciosidade: - Porque a Anarquia perfeita é irrealizável. Mas
isto não é um argumento em contra, é, pelo contrário, em pró.
Com efeito, ao reconhecerdes que a sociedade de hoje é má e boa
a de amanhã, reconheceis que somos superiores aos outros homens
e confessais a vossa perversidade? Ah! Conheceis o bem e o mal
e, não obstante não quereis o bem? Pois nisso está a vossa
condenação.
Podeis desmascarar-vos.
Podeis abandonar a hipocrisia.
Não digais que a Anarquia perfeita é irrealizável.
Dizei que não quereis o bem estar da humanidade.
Sede francos.
Por isso, eu pergunto: Como não ser Anarquista?
Como não sê-lo, se a sociedade presente é má e nela tudo é
iniquidade e crime, dor e miséria, lágrimas e morte?
Como não sê-lo, se a sociedade anarquista é boa e nela tudo é
paz, amor, alegria...?
Que cada um faça o seu exame de consciência e responda.
Eu, já fiz o meu.
E à frase interrogativa:
COMO NÃO SER ANARQUISTA?
respondo com a frase exclamativa:
COMO NÃO SER ANARQUISTA!
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