A - I n f o s
a multi-lingual news service by, for, and about anarchists
**
News in all languages
Last 40 posts (Homepage)
Last two
weeks' posts
The last 100 posts, according
to language
Greek_
中文 Chinese_
Castellano_
Català_
Deutsch_
Nederlands_
English_
Français_
Italiano_
Polski_
Português_
Russkyi_
Suomi_
Svenska_
Türkçe_
The.Supplement
The First Few Lines of The Last 10 posts in:
Greek_
中文 Chinese_
Castellano_
Català_
Deutsch_
Nederlands_
English_
Français_
Italiano_
Polski_
Português_
Russkyi_
Suomi_
Svenska_
Türkçe
First few lines of all posts of last 24 hours ||
of past 30 days |
of 2002 |
of 2003 |
of 2004 |
of 2005 |
of 2006 |
of 2007 |
of 2008 |
of 2009 |
of 2010 |
of 2011 |
of 2012 |
of 2013 |
of 2015
Syndication Of A-Infos - including
RDF | How to Syndicate A-Infos
Subscribe to the a-infos newsgroups
{Info on A-Infos}
(pt) Declaração do Movimento Antiautoritário de Tessalônica sobre o referendo na Grécia
Date
Wed, 08 Jul 2015 15:50:48 +0300
Nossa sociedade está chamada hoje a manejar uma situação excepcionalmente crítica. As
instituições do governo já não podem apresentar soluções a uma crise que, como um câncer,
está destruindo o tecido social, enquanto que está cada vez mais claro que a sobrevivência
do sistema só pode ser conseguida sacrificando a própria sociedade. A situação criada pelo
capital financeiro internacional e as instituições do Estado que o reforçam nos levam a um
ritmo acelerado à imposição de um totalitarismo contínuo enquanto o estado de exceção se
converteu no estado normal do novo governo. ---- Grécia está, claro, incluída neste
experimento. Obedecendo as desdenhosas ofertas das instituições, o governo de Syriza
decidiu realizar um referendo "como uma forma de continuar a negociação através de
diferentes meios". Isto prova sem dúvida a incapacidade de alcançar "um compromisso de
honra" que foi promovido ruidosamente como a melhor solução até pouco tempo. Seguindo os
passos do dogma Thatcheriano "não há alternativa", esta imposição dos termos do "realismo"
conduz à passividade social e a uma tentativa de escravizar a vida mesma. Este "realismo"
de empobrecimento contínuo, de desemprego, de desesperança, do abandono definitivo de
qualquer possibilidade de conseguir a felicidade, de guerra e de repressão, se distancia
muito de nosso sentido da lógica. A sociedade não só necessita ver o que há detrás das
portas fechadas da câmara de tomada de decisões, também necessita mover-se para rompê-las.
A dissolução das promessas do capitalismo, a incapacidade para criar uma narrativa que dê
algumas perspectivas para o sistema, as guerras civis que começam com uma facilidade
incrível e redesenham fronteiras e os acordos construídos em convenções internacionais
após a guerra, levam a mesma conclusão: o estado não pode determinar durante mais tempo as
regras que governam nossas vidas. Este é o estado que Syriza quer gestionar hoje. Syriza,
no entanto, quer fazê-lo utilizando todas essas ideias de dominação que até pouco tempo
levaram ao colapso o sistema que as nutriu. Syriza não tentou destruir a ideologia de
progresso, conservou totalmente a ideia de crescimento, continua falando da reconstrução
produtiva do país, levando-o a uma situação com duvidoso resultado.
O referendo proposto por Syriza não tem relação com os princípios de democracia direta, já
que tentam usá-lo como instrumento para aplicar pressão ao diretório europeu. O referendo
proposto não contempla o intercâmbio de opinião, a discussão e o debate com a participação
da sociedade; pelo contrário, ao ser promulgado pelo poder governante, apresenta a questão
de acordo com suas próprias ideias, buscando um novo acordo por um conteúdo no qual a
sociedade não joga nenhum papel.
Hoje necessitamos uma renovação em nossa devoção aos valores de uma política diferente
para uma construção social usando a democracia direta, a auto-organização e a contínua
criação de instituições próprias que destruam o conceito "não há alternativa" e acabem com
a obediência cega a uma ideia sem fim e sem sentido da economia. A nova reconstrução
produtiva não pode estar baseada na ideia de crescimento senão na negação total e absoluta
do modelo de reconstrução capitalista, na autogestão, nas estruturas cooperativas e na
possibilidade das pessoas para decidir sobre suas próprias vidas. Não nos importa uma
moeda que fará parte de um renascimento nacional e, claro, não podemos apoiar uma moeda
que faça parte da intrusão financeira em todos os aspectos de nossas vidas. Preferimos
pensar na moeda em sua dimensão normal, como um instrumento para o intercâmbio com uma
função principal de servir às necessidades e serviços sociais.
Posto que somos parte do movimento para uma ruptura social real com a ditadura financeira
internacional (movimento que nega qualquer ideia de uma política com o fim de por em seu
lugar a gestão de quantidades monetárias como a principal relação social), nós devemos a
nós mesmos o participar na busca de maneiras que conduzam até dita ruptura.
Hoje, sob as condições atuais e em tempo real, não podemos permanecer indiferentes ante a
polarização que se está produzindo em vista do referendo.
Por um lado, o voto no SIM é cair definitivamente na armadilha das normas e regulamentos
do diretório, que compõem uma escravidão a longo prazo para uma sociedade assombrada e
derrotada, que será requerida para levar o peso de sua própria humilhação e estabelecê-la
como a nova regularidade. Por outro lado, o voto no NÃO está limitado de toda maneira
possível pelo governo aos termos e condições de um novo acordo, e exemplos dele estão já
incluídos no documento de 47 páginas, aludindo ao mesmo tempo ao sentido de dever
patriótico, facilmente digerível e utilizado em todas as ocasiões.
Esta polarização, no entanto, ultrapassou os cálculos e intenções do governo e, em
consequência, a mesma pergunta do referendo. Este ataque total proveniente do diretório
estrangeiro e do sistema dos que estão dispostos a utilizar os meios como ariete,
radicalizou os termos da pergunta a SIM ou NÃO à UE e ao euro. Todas as ações que conduzem
à asfixia econômica se fizeram com ameaças e ultimatos de ajuste econômico público.
O esforço do governo de Syriza de combinar as necessidades sociais com a grande força do
dinheiro alcançou seus limites, mostrando claramente que "duas melancias não cabem em uma
mesma axila", como dizemos em grego. Não se pode subir em dois barcos diferentes, como fez
Syriza durante seus anos na oposição.
No domingo, sem importar o resultado e assumindo que a pergunta siga sendo a mesma, o voto
do NÃO não é facilmente manejável para quem se comprometeu a apoiá-lo e pode superar
facilmente os cálculos e as intenções do governo. O fato de usar o voto do NÃO e incluí-lo
nos termos de sua negociação com o diretório mostra a grande dificuldade de gestionar este
voto.
A polarização resultante abre caminhos de libertação e criação de uma dinâmica social que
não foram previstos, mas que podem adiantar em múltiplas formas as possibilidades
oferecidas pelos movimentos sociais nos últimos anos. Estes movimentos estavam asfixiados
até agora, ou haviam dado um passo atrás frente à dinâmica da representação, o dever e a
esperança. Esta é a oportunidade que se apresenta aos movimentos para tomar parte na
batalha, não só simbolicamente, substancialmente, levando de maneira autônoma e sem chefes
o peso e a responsabilidade da guerra contra o totalitarismo do dinheiro, que para esses
chefes não só representa valor comercial: é considerado o equivalente às relações humanas
e à vida mesma.
Não podemos permanecer a margem ou ser neutros frente a esta possibilidade oferecida aos
movimentos e vinda da polarização já que estivemos, estamos e estaremos ali onde o que é
livre, público e social vá contra o mercado e o estado.
Movimento Antiautoritário de Tessalônica
Fonte:
http://ak2003.gr/%CE%91%CE%BD%CE%B1%CE%BA%CE%BF%CE%B9%CE%BD%CF%8E%CF%83%CE%B5%CE%B9%CF%82/2015-07-02-18-29-10.html
Tradução > Sol de Abril
http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2015/07/04/declaracao-do-movimento-antiautoritario-de-tessalonica-sobre-o-referendo-na-grecia/
_________________________________________
A - I n f o s Uma Agencia De Noticias
De, Por e Para Anarquistas
Send news reports to A-infos-pt mailing list
A-infos-pt@ainfos.ca
Subscribe/Unsubscribe http://lists.ainfos.ca/mailman/listinfo/a-infos-pt
Archive http://ainfos.ca/pt
A-Infos Information Center